Petrobras estima receber mais R$5,5 bi desviados por corrupção
Segundo a estatal, existem mais oito ações de improbidade administrativa em que o potencial ressarcimento é de 5,5 bilhões de reais
Reuters
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 16h38.
Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 19h45.
São Paulo - A Petrobras espera receber outros 5,5 bilhões de reais em dinheiro desviado pelos esquemas de corrupção que afetaram as finanças da empresa, afirmou o presidente-executivo da estatal, Pedro Parente, após receber nesta sexta-feira cerca de 204 milhões de reais recuperados pela Operação Lava Jato.
Segundo a estatal, existem mais oito ações de improbidade administrativa em que o potencial ressarcimento é de 5,5 bilhões de reais, nos quais a Petrobras atua como coautora --sete do Ministério Público Federal (MPF) e uma da União.
"A Petrobras está tomando todas as medidas necessárias para a integral reparação dos prejuízos sofridos, inclusive com relação à sua reputação", disse Parente, que participou nesta sexta-feira de evento com integrantes do MPF no Paraná.
Outros cerca de 450 milhões de reais já haviam sido entregues à companhia desde 2015.
No passado, a perda por corrupção estimada pela empresa foi de 6,2 bilhões de reais.
A companhia se considera vítima da corrupção, que envolveu um esquema de pagamento de propina e fraude de licitações de obras da estatal, com a participação de políticos, partidos, empreiteiras e ex-executivos da Petrobras.
"O valor desse gesto hoje não está apenas nos milhões que a companhia recupera, mas no valor de que ninguém está acima da Lei", acrescentou o executivo.
Também já foram fixadas pela Justiça em Curitiba multas penais que somam aproximadamente 730 milhões de reais referentes à parte de 30 ações penais ajuizadas pelo MPF em que a Petrobras é assistente de acusação, segundo nota da estatal.
A empresa relatou ainda que a companhia foi admitida como interessada no processo administrativo instaurado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para apurar a existência de cartel envolvendo fornecedores.
Com isso, a Petrobras pretende agir diretamente na produção de provas para evidenciar o cartel perante o Cade, buscando, na medida do possível, a celeridade do processo, "cujo resultado positivo para a companhia facilitaria, em muito, ações posteriores de ressarcimento".
Há ainda a expectativa de novos ressarcimentos em virtude da celebração de acordos de leniência entre as autoridades públicas e as pessoas jurídicas sob investigação por essas autoridades, acrescentou a empresa.