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Petrobras espera retorno ao etanol no final de maio

A companhia trabalha com um prazo médio entre a última semana de maio e início de junho, disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa

O diretor da Petrobras descartou que haja hoje qualquer ponto de desabastecimento no País (André Valentim/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2011 às 18h50.

Rio - O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse hoje que a companhia trabalha com um prazo médio entre a última semana de maio e início de junho para que comecem a ser verificados movimentos migratórios de retorno do consumidor da gasolina para o etanol.

"Vai depender muito de como o preço vai se comportar neste início de safra (da cana-de-açúcar), qual vai ser a oferta que vai chegar ao mercado e se o consumidor vai se sentir seguro e disposto para voltar a consumir o etanol", avaliou. Segundo ele, caso isso não ocorra na medida esperada, a "Petrobras está pronta para importar gasolina novamente". "E isso não é nenhum problema, porque as quantias são pequenas", minimizou o diretor. A estatal importou uma carga total de 1,5 milhão de barris de gasolina em abril e já encomendou mais um milhão de barris para maio, volume equivalente a cerca de cinco dias do consumo nacional.

A necessidade de importação se deve à incapacidade das refinarias nacionais de aumentarem seu ritmo de processamento, já muito próximo do limite. O diretor descartou que haja hoje qualquer ponto de desabastecimento no País. "Todas as cotas que estão sendo solicitadas estão sendo atendidas", afirmou.

Costa não quis comentar o custo desta importação de gasolina para a estatal. A gasolina no mercado internacional está 25% mais cara do que no Brasil, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Isso significa que ao comprar a gasolina no exterior e vender no mercado doméstico a Petrobras tem prejuízo, além dos impactos em sua balança comercial.

Segundo o diretor do CBIE, Adriano Pires, a companhia já teria deixado de receber entre janeiro e abril deste ano cerca de R$ 1 5 bilhão por não ter repassado a alta internacional do barril de petróleo para o preço da gasolina e do diesel no mercado interno.

A indisponibilidade de gasolina para atender ao crescimento do consumo no mercado interno - motivado principalmente pela migração dos consumidores de etanol - também foi um dos obstáculos que impediu o governo de repetir estratégia já adotada anteriormente para conter a alta nos preços do etanol. Em anos anteriores, o governo federal autorizava uma redução da mistura de anidro na gasolina, dentro da margem dos 20% a 25%, durante a entressafra. Ao inibir o consumo de anidro, sempre possibilitou aumentar a disponibilidade de etanol hidratado, impedindo tanto altas maiores, quanto a migração em massa do consumidor de um para outro combustível.

Ao autorizar em Medida Provisória editada ontem uma alteração na margem do porcentual de mistura - para um mínimo de 18% ante os 20% anterior - o governo sinalizou para os produtores de etanol a urgência na queda dos preços. "Não acreditamos que a redução da mistura venha a ocorrer agora. Isso deixaria a Petrobras numa situação delicada e não faria sentido num início de safra", comentou o presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).

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Rio - O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse hoje que a companhia trabalha com um prazo médio entre a última semana de maio e início de junho para que comecem a ser verificados movimentos migratórios de retorno do consumidor da gasolina para o etanol.

"Vai depender muito de como o preço vai se comportar neste início de safra (da cana-de-açúcar), qual vai ser a oferta que vai chegar ao mercado e se o consumidor vai se sentir seguro e disposto para voltar a consumir o etanol", avaliou. Segundo ele, caso isso não ocorra na medida esperada, a "Petrobras está pronta para importar gasolina novamente". "E isso não é nenhum problema, porque as quantias são pequenas", minimizou o diretor. A estatal importou uma carga total de 1,5 milhão de barris de gasolina em abril e já encomendou mais um milhão de barris para maio, volume equivalente a cerca de cinco dias do consumo nacional.

A necessidade de importação se deve à incapacidade das refinarias nacionais de aumentarem seu ritmo de processamento, já muito próximo do limite. O diretor descartou que haja hoje qualquer ponto de desabastecimento no País. "Todas as cotas que estão sendo solicitadas estão sendo atendidas", afirmou.

Costa não quis comentar o custo desta importação de gasolina para a estatal. A gasolina no mercado internacional está 25% mais cara do que no Brasil, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Isso significa que ao comprar a gasolina no exterior e vender no mercado doméstico a Petrobras tem prejuízo, além dos impactos em sua balança comercial.

Segundo o diretor do CBIE, Adriano Pires, a companhia já teria deixado de receber entre janeiro e abril deste ano cerca de R$ 1 5 bilhão por não ter repassado a alta internacional do barril de petróleo para o preço da gasolina e do diesel no mercado interno.

A indisponibilidade de gasolina para atender ao crescimento do consumo no mercado interno - motivado principalmente pela migração dos consumidores de etanol - também foi um dos obstáculos que impediu o governo de repetir estratégia já adotada anteriormente para conter a alta nos preços do etanol. Em anos anteriores, o governo federal autorizava uma redução da mistura de anidro na gasolina, dentro da margem dos 20% a 25%, durante a entressafra. Ao inibir o consumo de anidro, sempre possibilitou aumentar a disponibilidade de etanol hidratado, impedindo tanto altas maiores, quanto a migração em massa do consumidor de um para outro combustível.

Ao autorizar em Medida Provisória editada ontem uma alteração na margem do porcentual de mistura - para um mínimo de 18% ante os 20% anterior - o governo sinalizou para os produtores de etanol a urgência na queda dos preços. "Não acreditamos que a redução da mistura venha a ocorrer agora. Isso deixaria a Petrobras numa situação delicada e não faria sentido num início de safra", comentou o presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).

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