Petrobrás: a Liquigás chegou a ser vendida por R$ 2,8 bilhões em 2016, mas a operação foi barrada pelo Cade (Liquigás/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 07h18.
Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 07h32.
São Paulo - O Itaúsa, holding de investimentos do Itaú Unibanco, e o fundo Mubadala devem apresentar nesta sexta-feira, 16, propostas firmes para a compra da Liquigás, divisão de gás de cozinha que pertence à Petrobrás, apurou o Estado. O Itaúsa terá em seu consórcio a empresa Copagaz e o Mubadala terá em seu grupo empresas regionais do País, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
Esta é a segunda tentativa da Petrobrás de se desfazer da Liquigás. Em 2016, a estatal chegou a vender a companhia para o grupo Ultra, dono da Ultragaz, por R$ 2,8 bilhões, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a compra alegando concentração de mercado.
Para evitar problemas com o Cade, grupos econômicos e financeiros estão se unindo com empresas que atuam no setor para comprar a empresa de botijão. O Itaúsa, que tem entre seus investimentos a Alpargatas (dona da Havaianas) e é acionista do gasoduto NTS, que pertencia à Petrobrás, quer expandir sua atuação no setor de gás. A holding do Itaú Unibanco estava entre as interessadas no gasoduto da TAG, que acabou sendo comprado pela francesa Engie por US$ 8,6 bilhões. A empresa Copagaz, quarta maior neste setor, mas com fatia menor de 10%, está neste consórcio ao lado da Itaúsa, que também pretende atrair o grupo Edson Queiroz para o negócio.
O fundo Mubadala é outro interessado, segundo fontes. Mas como não atua neste setor está em conversas com a Consigaz para fazer parte do consórcio.
A Petrobrás pode levantar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões com a venda do negócio. O Santander está assessorando a estatal nessa venda.
O grupo Ultra não poderá fazer proposta direta pelo negócio. No entanto, poderá entrar no grupo que sair vencedor comprando partes da empresa que não tenham concentração com a Ultragaz.
Procurados, Itaúsa e Petrobrás não comentaram. O grupo Ultra e Copagaz não quiseram se pronunciar sobre o assunto. Mubadala não retornou os pedidos de entrevista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.