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Petrobras deve divulgar resultado fraco, mas cenário futuro melhora

Com plano para vender a BR Distribuidora e redução de despesas e caixa, a estatal vem se reestruturando para focar na extração de petróleo

Petrobras: ação da estatal acumulam alta de 16,3% em 2019, o dobro do avanço do Ibovespa no período (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2019 às 06h40.

Última atualização em 7 de maio de 2019 às 06h48.

A Petrobras deve divulgar, após o fechamento do mercado desta terça-feira (7), resultados trimestrais mais fracos. Entretanto, os investidores estão mesmo interessados nas perspectivas para o futuro da petroleira estatal, que melhoraram bastante nas últimas semanas.

O faturamento da Petrobras deve ter recuado 5,5% no primeiro trimestre deste ano ante igual período de 2018, para 21,7 bilhões de reais, segundo as estimativas médias de mercado. O lucro deve ter caído 21%, para 1,7 bilhão de reais. As quedas se devem, essencialmente, à maior competição no setor de combustíveis, que estão levando a petroleira a perder participação de mercado. Como a Petrobras tem buscado, recentemente, aumentar os preços de seus produtos acompanhando a variação do petróleo no mercado internacional – neste ano, o contrato futuro negociado em Londres já avançou 41%, tendo chegado a 71,55 dólares ontem –, importadores vêm ganhando espaço.

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O novo ímpeto do processo de reestruturação da companhia neste ano está fazendo as más notícias de curto prazo perderem importância, porém. No final de abril, a Petrobras abriu um novo programa de demissão voluntária para economizar 4,1 bilhões de reais até 2023. Também anunciou um plano de vender oito refinarias e mais uma fatia na BR Distribuidora, arrecadando 20 bilhões de dólares em cerca de um ano e meio.

Com as medidas para cortar despesas e reforçar o caixa, o banco de investimentos Itaú BBA estima que o endividamento da empresa recue 26%, para 219,8 milhões de reais, entre 2018 e 2021. Mais leve, a Petrobras pode buscar novas oportunidades e se concentrar em aprimorar o seu negócio principal, que é a extração de petróleo, aumentando a rentabilidade para o investidor.

É essa aposta que também está ajudando o papel da estatal a se recuperar desde a atabalhoada tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir na política de preços da Petrobras, em 12 de abril. Depois de cair mais de 8% em um dia, o papel preferencial da companhia já subiu 3%. Em 2019, a ação acumula alta de 16,3%, tendo terminado a segunda-feira cotada a 26,77 reais. No mesmo intervalo, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores local, avançou quase metade disso, 7,4%, para 95.088 pontos. Sinal de bons ventos para Petrobras – apesar dos problemas vindos de Brasília.

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