Petrobras deve aumentar perfurações no pré-sal em 2011
Empresa espera produzir em novas áreas de Santos e inaugurar uma plataforma na bacia de Campos
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2010 às 14h03.
Rio de Janeiro - A Petrobras fará este ano mais cinco perfurações na região do pré-sal da bacia de Santos, totalizando 16 furos ao todo em 2010, número que deve se ampliar em 2011, informou o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, nesta terça-feira.
"Devemos manter esse ritmo ou até um ritmo maior ano que vem", disse Barbassa em teleconferência com analistas para comentar o resultado do terceiro trimestre deste ano, quando lucrou 8,5 bilhões de reais, divulgado última quinta-feira.
Barbassa informou que duas novas sondas estão previstas para chegar ainda este ano, se unindo às 8 que já estão em operação. Ele confirmou a realização do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto Guará, no final de novembro, e do TLD de Tupi Nordeste para o primeiro trimestre de 2011.
Além dos novos projetos em Santos, a Petrobras --que vem sendo criticada pelo mercado por não atingir as metas de produção pré-estabelecidas-- aguarda a entrada em operação da plataforma P-57, no campo de Jubarte, na bacia de Campos, que terá capacidade para produzir 180 mil barris diários de petróleo.
Em 2010 a produção dessa unidade (P-57) deverá ser de 15 mil b/d. A P-56, que será instalada no campo de Marlim, também na bacia de Campos, irá reforçar a produção da estatal.
"A P-57 vai atingir o pico no segundo semestre de 2011", informou Eduardo Molinari, coordenador de Exploração e Produção, presente na teleconferência. "A P-56 entra em julho de 2011".
Ele observou que em 2011 a empresa terá aumento de produção com a entrada de novas unidades, mas não projetou o volume que será incrementado.
Ainda sem meta de produção para 2011, a Petrobras já admitiu que este ano não conseguirá atingir a projeção de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil, devido a paradas não programadas realizadas.
A tendência, segundo executivos da Petrobras, é ficar abaixo da margem de erro de 2,5 por cento, mas já há no mercado quem contabilize queda de 5 por cento em relação à meta original, o que representaria um volume médio próximo aos 1,970 milhão de barris diários médios registrados em 2009, quando a meta era de 2 a 2,050 milhões de b/d.
Mais paradas em 2011
Para 2011 a programação de manutenção das plataformas vai atingir a P-27, na bacia de Campos, que produz apenas 8 mil barris diários, além de uma parada de cinco dias na P-54, na mesma bacia, no campo de Roncador.
"O fato de antecipar a parada acaba prejudicando o processo, você fica sem produzir mais tempo do que a parada inteiramente programada", explicou Barbassa aos analistas referindo-se aos problemas ocorridos em 2010 e que impediram atingir a meta de produção.
A produção da companhia aumentou 2 por cento nos primeiros nove meses do ano em relação ao ano anterior --de 1,963 para 1,995 milhão de barris de petróleo diários-- mas no terceiro trimestre caiu em relação ao trimestre imediatamente anterior, saindo de 2,010 (2o trimestre) para 1,991 milhão de b/d (3o trimestre).
"As nossas metas são bastante desafiadoras, esse ano vamos ficar abaixo dos 2,1 milhões (de b/d), mas se comparar ao crescimento histórico, a Petrobras entregou aumento de 5 por cento ao ano nos últimos anos....não atinge a meta, mas performou muito bem se comparada com outras companhias", disse Barbassa.
O executivo não quis antecipar quanto de reservas a Petrobras vai incorporar este ano, mas confirmou para 15 de janeiro a divulgação das novas reservas da estatal, que devem incluir parte do prospecto Tupi, na bacia de Santos, cuja comercialidade será anunciada até 31 de dezembro deste ano.
"Teoricamente, a partir da declaração de comercialidade podemos declarar reservas provadas", disse Barbassa sem entrar em detalhes.
Tupi tem estimativa inicial de reservas entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente. De acordo com a BG, sócia da Petrobras em Tupi, essas reservas poderiam atingir até 9 bilhões de boe, o que não foi confirmado pela estatal brasileira, operadora do ativo.