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Permitir que o funcionário seja ele mesmo ajuda a empresa na crise

Executivos comentam como as políticas efetivas de diversidade produzem um ambiente seguro para o funcionário e auxiliam nos resultados

Aline Santos, da Unilever; Geraldo Rufino da JR Diesel; Flavia Bittencourt da Adidas: diversidade nas organizações (//Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2020 às 18h25.

Última atualização em 21 de julho de 2020 às 19h24.

A diversidade é um tema ainda mais latente nas companhias durante a pandemia do novo coronavírus. Com parte dos funcionários em home office, as mulheres, que em média dedicam mais horas da semana nos afazeres domésticos; os negros, que têm maior taxa de mortalidade e menor renda quando comparado com brancos; e outros grupos diversos acabam sentindo mais os efeitos da crise.

O respaldo das empresas em momentos como o atual é, por outro lado, competitivo e com benefícios financeiros, como apontam estudos. Sobre a diversidade, executivos falaram hoje no1º Fórum Digital de Empreendedorismo, Negócios e Transformação Digital, uma parceria da EXAME com a Money Report.

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"A empresa precisa ajudar a sociedade a trabalhar com o empoderamento das pessoas desde criança, para mostrar como há outras oportunidades", diz Geraldo Rufino, presidente da JR Diesel.

Mais do que a autoestima, é preciso práticas que promovam a inclusão. Para Aline Santos, vice-presidente global de marketing da Unilever, mesmo com as boas oportunidades na infância, foi nos filmes que ela entendeu que poderia ser a mulher que quisesse, para além das opções que via representadas na família. Hoje é seu papel abrir a cabeça de mulheres, meninas e outros grupos minorizados por meio de propagandas de marcas como a Dove.

As duas mulheres participantes do evento online lembraram ainda de casos de machismo que tiveram de enfrentar ao longo da carreira para hoje ocupar posições de liderança. Flavia Bittencourt, presidente da Adidas , por exemplo, ouviu uma resposta clara de um gestor que não era promovida por ser uma mulher bonita. Enquanto ela era gerente e cuidava de 70% da receita da empresa, seus pares eram diretores. "Naquela época continuei trabalhando, e muito mais, claro, mas hoje há ferramentas que ajudam as mulheres a desenvolver suas carreiras pela competência que têm", afirma.

Por essas e outras situações, a executiva apoia a cota como uma ferramenta de evolução ao menos no short list. Ou seja, que pelo menos uma mulher seja opção entre os candidatos finais de uma vaga. A percepção é parecida com a de Ricardo Mucci, diretor de vendas da Cisco. "Ninguém se diz racista ou machista, mas há um abismo no mercado de trabalho que aponta para isto e só pode ser reparado com políticas efetivas", diz.

Outro ponto importante levantado pelos participantes é oferecer ao funcionário a liberdade de ser quem é. Para eles — e também segundo pesquisas — quando não é preciso fingir ou forçar uma situação, o empregado tem mais disponibilidade e vontade de colaborar com as inovações da empresa, atitude ainda mais essencial na crise ocasionada pela pandemia.

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