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Para Itaú, demanda por crédito pode melhorar no 2º semestre

Banco diz que está "bem capitalizado" e pronto para financiar as empresas quando elas retomarem os investimentos

Itaú: retomada dos empréstimos depende de confiança nos agentes macroeconômicos, reforçou o banco (Dado Galdieri/Bloomberg)

Luísa Melo

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 11h27.

São Paulo - Para o Itaú , a demanda por empréstimos , arrefecida por conta da crise, pode voltar a crescer ainda em 2016.

"Pode acontecer mais para a segunda metade do ano, dependendo do nível de confiança (dos empresários) nos agentes da economia", disse Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores da companhia, em teleconferência para divulgação do balanço trimestral nesta terça-feira (3).

A carteira de crédito total do banco, que inclui operações de avais, fianças e títulos privados, teve um saldo de 554,25 bilhões de reais em março, queda de 5,3% ante dezembro e de 4,2% ante o mesmo período de 2015.

Segundo Kopel, porém, o Itaú está "bem capitalizado" e pronto para financiar as companhias quando elas retomarem os investimentos.

Além disso, o executivo acredita em um possível corte de juros devido à expectativa de melhora da inflação, que deve fechar o ano em 6,9%–no acumulado dos últimos 12 meses, ela ficou em 9,4%.

Segundo as previsões, a taxa Selic, que agora está em 14,25%, deve baixar para 12,25% até dezembro.

Atrasos

A turbulência no cenário macroeconômico também culminou no aumento da inadimplência.

O índice de atrasos acima de 90 dias ficou em 3,9% no trimestre, aumento de 0,4 ponto percentual ante os três meses anteriores de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado.

O crescimento foi puxado pelo segmento de pequenas e médias empresas, cuja taxa de calotes subiu 0,7 ponto percentual frente a dezembro de 2015, chegando a 4,3%.

Já o índice de inadimplência de pessoas físicas fechou em 5,6% em março, aumento de 0,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior.

O Itaú acredita que os atrasos de pessoas físicas devem continuar a crescer levemente ao longo do ano devido ao desemprego, que também deve se acentuar.

Em relação às grandes empresas, o banco diz que é difícil prever o comportamento dos atrasos, mas reforçou que o mercado como um todo tem buscado renegociar as dívidas.

No trimestre, a carteira de créditos renegociados do Itaú somou 22,7 bilhões de reais.

Cobertura de calotes

Para se precaver de calotes, o Itaú aumentou as reservas. As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa somaram 7,2 bilhões de reais no primeiro trimestre, um aumento de 18,2% ante dezembro e de 31,1% na comparação anual.

Essa cobertura, de caráter "antecipatório", está mais voltada aos empréstimos de atacado (concedidos a grandes empresas) e, segundo Kopel, está alinhada com o guidance traçado para o ano.

Questionado sobre a relação da provisão com a Sete Brasil, que decidiu pedir recuperação judicial, o diretor disse que "não comenta casos específicos". Porém, ele citou o setor de óleo e gás como um dos segmentos para os quais o reforço foi direcionado.

Compensação

Para se proteger da baixa demanda por crédito, o Itaú aposta na segmentação e no oferecimento de novos produtos aos clientes.

As receitas com prestação de serviços do banco cresceram 4,4% no trimestre em comparação com o mesmo período de 2015. Ante dezembro, porém, houve uma queda de 6,2%.

"Oferecemos mais serviços, fazemos cross selling (venda cruzada) para compensar, disse Kopel".

O aumento das tarifas é outra estratégia, aliado ao corte de custos.

"Obviamente pensamos em subir preços, mas também em ganhar eficiência", afirmou o executivo.

As despesas não decorrentes de juros do banco foram de 10,21 bilhões de reais no trimestre, um crescimento anual de 3,4%, índice abaixo da inflação acumulada para o período, de 9,4%.

Parte do corte de custos, segundo Kopel, foi obtido com a migração de agências físicas para digitais, o que consequentemente provocou uma redução de funcionários.

O lucro líquido do Itaú foi de 5,18 bilhões de reais de janeiro a março, cifra 9,58% menor que a registrada no mesmo intervalo do ano passado e 9,02% inferior aos três meses anteriores.

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"Pode acontecer mais para a segunda metade do ano, dependendo do nível de confiança (dos empresários) nos agentes da economia", disse Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores da companhia, em teleconferência para divulgação do balanço trimestral nesta terça-feira (3).

A carteira de crédito total do banco, que inclui operações de avais, fianças e títulos privados, teve um saldo de 554,25 bilhões de reais em março, queda de 5,3% ante dezembro e de 4,2% ante o mesmo período de 2015.

Segundo Kopel, porém, o Itaú está "bem capitalizado" e pronto para financiar as companhias quando elas retomarem os investimentos.

Além disso, o executivo acredita em um possível corte de juros devido à expectativa de melhora da inflação, que deve fechar o ano em 6,9%–no acumulado dos últimos 12 meses, ela ficou em 9,4%.

Segundo as previsões, a taxa Selic, que agora está em 14,25%, deve baixar para 12,25% até dezembro.

Atrasos

A turbulência no cenário macroeconômico também culminou no aumento da inadimplência.

O índice de atrasos acima de 90 dias ficou em 3,9% no trimestre, aumento de 0,4 ponto percentual ante os três meses anteriores de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado.

O crescimento foi puxado pelo segmento de pequenas e médias empresas, cuja taxa de calotes subiu 0,7 ponto percentual frente a dezembro de 2015, chegando a 4,3%.

Já o índice de inadimplência de pessoas físicas fechou em 5,6% em março, aumento de 0,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior.

O Itaú acredita que os atrasos de pessoas físicas devem continuar a crescer levemente ao longo do ano devido ao desemprego, que também deve se acentuar.

Em relação às grandes empresas, o banco diz que é difícil prever o comportamento dos atrasos, mas reforçou que o mercado como um todo tem buscado renegociar as dívidas.

No trimestre, a carteira de créditos renegociados do Itaú somou 22,7 bilhões de reais.

Cobertura de calotes

Para se precaver de calotes, o Itaú aumentou as reservas. As despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa somaram 7,2 bilhões de reais no primeiro trimestre, um aumento de 18,2% ante dezembro e de 31,1% na comparação anual.

Essa cobertura, de caráter "antecipatório", está mais voltada aos empréstimos de atacado (concedidos a grandes empresas) e, segundo Kopel, está alinhada com o guidance traçado para o ano.

Questionado sobre a relação da provisão com a Sete Brasil, que decidiu pedir recuperação judicial, o diretor disse que "não comenta casos específicos". Porém, ele citou o setor de óleo e gás como um dos segmentos para os quais o reforço foi direcionado.

Compensação

Para se proteger da baixa demanda por crédito, o Itaú aposta na segmentação e no oferecimento de novos produtos aos clientes.

As receitas com prestação de serviços do banco cresceram 4,4% no trimestre em comparação com o mesmo período de 2015. Ante dezembro, porém, houve uma queda de 6,2%.

"Oferecemos mais serviços, fazemos cross selling (venda cruzada) para compensar, disse Kopel".

O aumento das tarifas é outra estratégia, aliado ao corte de custos.

"Obviamente pensamos em subir preços, mas também em ganhar eficiência", afirmou o executivo.

As despesas não decorrentes de juros do banco foram de 10,21 bilhões de reais no trimestre, um crescimento anual de 3,4%, índice abaixo da inflação acumulada para o período, de 9,4%.

Parte do corte de custos, segundo Kopel, foi obtido com a migração de agências físicas para digitais, o que consequentemente provocou uma redução de funcionários.

O lucro líquido do Itaú foi de 5,18 bilhões de reais de janeiro a março, cifra 9,58% menor que a registrada no mesmo intervalo do ano passado e 9,02% inferior aos três meses anteriores.

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