Os bastidores da produção do queijo provolone, da Tirolez
Produto segue a receita original italiana, com uma defumação natural, feita com casca de pinho
Tatiana Vaz
Publicado em 11 de abril de 2016 às 10h55.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h16.
São Paulo - Queijos de 90 tipos feitos há 35 anos são parte do negócio da Tirolez, empresa que emprega 1.500 pessoas e possui seis fábricas no país, além da sede e do centro de distribuição, em São Paulo. O provolone da marca, carro-chefe da companhia, segue a receita original italiana, com uma defumação natural, feita com casca de pinho. A seguir mostramos como o produto é feito na unidade de Tiros, em Minas Gerais. Confira.
O processo começa nas fazendas dos 1.700 produtores de leite parceiros da Tirolez. Para produzir e vender a matéria-prima, eles seguem uma série de requisitos que vão desde a qualidade do leite em teor de gordura e proteína a condições higiênicas de suas instalações e controle zootécnico.
Ao chegar na fábrica, o caminhão carregado de leite do fornecedor passa por uma série de testes. São coletadas amostras e realizadas análises de: temperatura, antibióticos, acidez, gordura, proteína, umidade (sólidos totais), crioscopia (para verificar possíveis fraudes com água), densidade, além de serem verificadas a presença de reconstituintes e conservantes.
Só depois da avaliação é que a matéria-prima é liberada para o uso da fábrica de Tiros, onde trabalham 183 funcionários diretos. A Tirolez também conta com fábricas em Carmo do Paranaíba e Arapuá, também em Minas Gerais, Monte Aprazível e Lins, no interior paulista, e Caxambu do Sul, em Santa Catarina.
O leite é descarregado do caminhão por meio de tubulações que o levam até os tanques de resfriamento. De lá, o material segue para a desnatadeira, que garante a quantidade de gordura certa para que o leite seja transformado em provolone. A etapa seguinte é a de pasteurização, um tratamento térmico que elimina microorganismos indesejáveis.
O leite é, então, levado para o tanque de fabricação, chamado de Queijomatic. Nesta etapa são adicionados insumos que permitem a transformação do leite em coalhada.
O mestre queijeiro encontra o momento certo para o corte da massa nas liras do equipamento.
Assim que o corte é feito, inicia-se o processo de formação dos grânulos do queijo, até obtenção do ponto ideal do produto.
A massa vai para uma drenoprensa, onde é prensada até se obter um bloco de massa homogênea. Nesta etapa é feita a dessoragem, com a retirada do excesso do soro - cerca de 30% do soro (em relação ao volume de leite) - após a coagulação, mexedura e ponto da massa. O soro que sobra é bombeado, resfriado e mantido no silo de estocagem a baixas temperaturas, para então ser vendidos a outros fabricantes, que o utilizarão para fazer outros tipos de produtos. Depois disso, a massa descansa por 12 horas para atingir o pH ideal, que garante a consistência mais firme do provolone. É colocada, em seguida, em água gelada para estabilização até atingir o ponto de filagem, processo que consiste em esticar e puxar para dar elasticidade à massa e garantir sua característica de formar fios.
O produto é então enformado manualmente e colocado de volta na água gelada até atingir o pH ideal novamente. Em seguida, é retirado da forma e enviado para a salmoura.
Depois disso, o queijo é amarrado artesanalmente e enviado para a câmara de secagem.
Em seguida, o queijo segue para a defumação, onde fica por algumas horas em câmaras especiais.
A defumação até hoje é natural e feita com casca de pinho, o que garante sabor único e o tom castanho-dourado da casca que recobre o queijo. As cascas são fornecidas por um parceiro testado e certificado pela empresa.
O período de maturação pode demorar de poucas semanas a alguns meses, dependendo do queijo. No caso do Provolone, a maturação leva no mínimo 2 meses e pode durar até 4 meses, dependendo do peso da peça. Depois dela, o queijo cria consistência mais firme e sabor e aroma mais intensos para que ele esteja pronto para a venda.