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ONU alerta para aumento das disparidades de renda no mundo

Segundo o relatório do Pnud, a desigualdade de renda cresceu 11 por cento em países em desenvolvimento ao longo das duas décadas

Pobreza: maioria das famílias em países em desenvolvimento está vivendo hoje em sociedades onde a renda está distribuída de modo mais desigual do que nos anos 1990 (Keith Levit/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 20h51.

Nações Unidas - Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quarta-feira alertou que as disparidades de renda em países de todo o mundo pioraram, o que representa novos riscos para a estabilidade política e econômica global.

A advertência do Pnud repercute comentários feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu pronunciamento anual do Estado da União, na terça-feira, no qual disse que há um fosso crescente entre ricos e pobres na maior economia do mundo e que enquanto o mercado de ações subiu, a média dos salários no país praticamente não saiu do lugar.

Segundo o relatório do Pnud, a desigualdade de renda cresceu 11 por cento em países em desenvolvimento ao longo das duas décadas entre 1990 e 2010. A maioria das famílias em países em desenvolvimento - mais de 75 por cento da população dessas nações - está vivendo hoje em sociedades onde a renda está distribuída de modo mais desigual do que nos anos 1990.

O Pnud diz que essa é uma tendência mundial que, se não for combatida, poderá ter consequências desastrosas já que "pode minar as bases do desenvolvimento e da paz social e interna".

O crescimento das disparidades de renda ocorre num momento em que grandes economias em desenvolvimento, como China e Índia, atravessam período de forte expansão e um aumento na riqueza total da nação. Mas essa riqueza não está sendo distribuída igualmente, o que contribui para maior desigualdade nessas sociedades.

"Os aumentos mais agudos na desigualdade de renda ocorreram nos países em desenvolvimento que foram especialmente bem-sucedidos na busca de vigoroso crescimento e conseguiram, como resultado, se classificar em categorias de maior renda", diz o relatório do Pnud.

"O progresso econômico nesses países não diminuiu as disparidades, mas pelo contrário, exacerbou-as", diz o texto.

Em entrevista à Reuters, a chefe do Pnud, Helen Clark, deixou claro que essa tendência negativa é reversível e que um dos componentes-chave é a criação de oportunidades de emprego de qualidade.

"A questão-chave é o foco em empregos - empregos, empregos, empregos", disse Helen, acrescentando ser importante que os governos prestem atenção nos meios de melhorar a capacidade de sua força de trabalho.

Ela também tocou no tema do aumento das disparidades de renda em países como China e Índia, que tiveram níveis significativos de crescimento nas últimas décadas.

"É a natureza do crescimento", disse ela. "Se é um crescimento irregular... cria tensões dentro da sociedade porque as pessoas podem ver que outros estão se saindo muito melhores que elas." "O exemplo da China mostra que você tem rápido crescimento e redução da pobreza, mas também há desigualdades crescentes", disse Clark. "E isso é motivo de preocupação para a liderança da China."

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Nações Unidas - Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quarta-feira alertou que as disparidades de renda em países de todo o mundo pioraram, o que representa novos riscos para a estabilidade política e econômica global.

A advertência do Pnud repercute comentários feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu pronunciamento anual do Estado da União, na terça-feira, no qual disse que há um fosso crescente entre ricos e pobres na maior economia do mundo e que enquanto o mercado de ações subiu, a média dos salários no país praticamente não saiu do lugar.

Segundo o relatório do Pnud, a desigualdade de renda cresceu 11 por cento em países em desenvolvimento ao longo das duas décadas entre 1990 e 2010. A maioria das famílias em países em desenvolvimento - mais de 75 por cento da população dessas nações - está vivendo hoje em sociedades onde a renda está distribuída de modo mais desigual do que nos anos 1990.

O Pnud diz que essa é uma tendência mundial que, se não for combatida, poderá ter consequências desastrosas já que "pode minar as bases do desenvolvimento e da paz social e interna".

O crescimento das disparidades de renda ocorre num momento em que grandes economias em desenvolvimento, como China e Índia, atravessam período de forte expansão e um aumento na riqueza total da nação. Mas essa riqueza não está sendo distribuída igualmente, o que contribui para maior desigualdade nessas sociedades.

"Os aumentos mais agudos na desigualdade de renda ocorreram nos países em desenvolvimento que foram especialmente bem-sucedidos na busca de vigoroso crescimento e conseguiram, como resultado, se classificar em categorias de maior renda", diz o relatório do Pnud.

"O progresso econômico nesses países não diminuiu as disparidades, mas pelo contrário, exacerbou-as", diz o texto.

Em entrevista à Reuters, a chefe do Pnud, Helen Clark, deixou claro que essa tendência negativa é reversível e que um dos componentes-chave é a criação de oportunidades de emprego de qualidade.

"A questão-chave é o foco em empregos - empregos, empregos, empregos", disse Helen, acrescentando ser importante que os governos prestem atenção nos meios de melhorar a capacidade de sua força de trabalho.

Ela também tocou no tema do aumento das disparidades de renda em países como China e Índia, que tiveram níveis significativos de crescimento nas últimas décadas.

"É a natureza do crescimento", disse ela. "Se é um crescimento irregular... cria tensões dentro da sociedade porque as pessoas podem ver que outros estão se saindo muito melhores que elas." "O exemplo da China mostra que você tem rápido crescimento e redução da pobreza, mas também há desigualdades crescentes", disse Clark. "E isso é motivo de preocupação para a liderança da China."

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