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O mundo real chegou: SoftBank anuncia prejuízo após 14 anos

Resultado ruim foi puxado por queda no valor de mercado de apostas importantes do conglomerado, como a empresa de escritórios WeWork

MASAYOSHI SON: para quem mira o longo prazo, o empresário tem desafios em série no presente | Tomohiro Ohsumi/Getty Images /  (Tomohiro Ohsumi/Getty Images/Getty Images)

MASAYOSHI SON: para quem mira o longo prazo, o empresário tem desafios em série no presente | Tomohiro Ohsumi/Getty Images / (Tomohiro Ohsumi/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2019 às 07h00.

Última atualização em 6 de novembro de 2019 às 11h47.

Para quem diz mirar os próximos 300 anos, o curto prazo tem sido duro para o visionário investidor japonês Masayoshi Son. Sua empresa, o grupo de tecnologia SoftBank, anunciou nesta quarta-feira seu primeiro prejuízo trimestral em 14 anos, puxado por resultados ruins em seu braço de investimentos Vision Fund. Algumas de suas principais apostas, como a startup de escritórios WeWork, tiveram o valor de mercado reduzido, o que levou a perdas de 8,9 bilhões de dólares.

A perda reforçou um momento de forte contestação sobre a estratégia de Son de apostar alto em empresas que queimam muito dinheiro no curto prazo para dominar seus mercados.

No mês passado o SoftBank foi forçado a gastar mais 10 bilhões de dólares para salvar o WeWork após uma fracassada abertura de capital que quase levou a empresa à falência. No total, o prejuízo do conglomerado japonês, que atua em áreas como robótica e telefonia, foi de 6,5 bilhões de dólares no trimestre.

 

 

No total, o vision Fund investiu 70 bilhões de dólares em 88 empresas até o final de setembro — juntas, elas valem 77 bilhões de reais, segundo o SoftBank. O problema é que este é um valor estimado e, como o exemplo do WeWork mostrou, pode existir uma grande distância entre a teoria e a prática quando se fala de startups de tecnologia altamente agressivas como são as investidas por Son.

Este modelo de empreendedorismo apoiado pelo japonês pode ser definido como da “força bruta” na visão do investidor Silvio Genesini, em artigo recente a EXAME. “Poder ilimitado e força bruta combinam, mas o resultado, em vez de ser exponencial, pode ser apenas explosivo”, diz Genesini.

Outras apostas do SoftBank são o Uber e empresas brasileiras como a Loggi, de logística, e a GymPass, uma plataforma de acesso a academias de ginástica. Todas com avaliação bilionária, claro.

Em entrevista a EXAME em junho, Son reforçou que mira investimentos para os próximos 300 anos. De todas suas apostas, a que tem dado retorno no curto prazo é muito mais, digamos, pouco inovadora. No fim de outubro o Fukuoka SoftBank Hawks, conquistou o tricampeonato da liga japonesa de beisebol. Son entrou em campo e foi jogado para cima pelos jogadores. Deu tudo certo — mas quanto maior o voo, claro, maior a queda.

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