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Nunca se vendeu tantos carros elétricos no Brasil (e no mundo). Por quê?

Segmento cresceu 140% globalmente e garantiu o melhor quadrimestre da história do país

(AFP/AFP)
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Gabriel Aguiar

Publicado em 10 de maio de 2021 às 14h49.

Última atualização em 12 de maio de 2021 às 09h47.

Crescimento: venda de elétricos passou de 1 milhão de unidades em todo o mundo (AFP/AFP)

As vendas de veículos elétricos cresceram 140% no primeiro trimestre deste ano: foram 1,1 milhão de unidades vendidas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA). Esse bom desempenho se deve, principalmente, a China, Europa e Estados Unidos, três dos principais mercados deste segmento. Só que o Brasil também teve aumento na eletrificação da frota em 2021.

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Se o ritmo estava abaixo do ano passado durante os três primeiros meses – foram 4.582 unidades até março, o que representa queda de 11,7% –, abril ganhou fôlego e garantiu o melhor quadrimestre da história no nosso mercado. Sendo assim, até o último mês, foram vendidos 7.290 veículos eletrificados (elétricos e híbridos), com aumento de 29,4% comparado ao ano passado.

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De acordo com a IEA, o crescimento em outros países foi impulsionado por normas de emissões de CO² mais rígidas e também por subsídios dos governos. Mas a entidade criticou a falta de apoio público em incentivo à tecnologia, expansão de estações de recarga e desencorajar a venda de veículos movidos a combustão. E também foram cobradas metas ambientais mais exigentes.

Foram gastos 120 bilhões de dólares na compra de veículos elétricos, em todo o mundo, em 2020. Para isso, os governos desembolsaram cerca de 13 bilhões de dólares em incentivos, o que representa mais de 10% do valor total. Segundo Paulo Cardamone, diretor executivo da Bright Consulting, a participação pode ser ainda dependendo do mercado – chega a 25% em China e Europa.

Nas projeções divulgadas pela IAE, o mercado de veículos leves eletrificados deverá chegar a 22 milhões de unidades em 2030. Por aqui, o número deverá ser mais contido: 180 mil unidades, indicou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério das Minas e Energia (MME). Ou seja, cinco vezes mais o que foi previsto pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) para 2021.

“Os governos devem agora estar fazendo o trabalho básico essencial para acelerar a adoção de veículos elétricos, usando pacotes de recuperação econômica para investir em baterias e no desenvolvimento de uma infraestrutura de recarga ampla e confiável”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA, em nota. De acordo com o órgão, a frota total pode chegar a 230 milhões com incentivos.

No Brasil, os veículos elétricos movidos a bateria ou célula de combustível de hidrogênio são isentos de imposto de importação e têm alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) entre 7% e 20% – variando de acordo com nível de eficiência energética e peso. E há até um Projeto de Lei (PL 3174/20) que propõe a isenção de PIS/Pasep e da Cofins sobre modelos da categoria.

Só que o estado de São Paulo, maior consumidor do segmento no país, aumentou a alíquota do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) para modelos eletrificados neste ano. Sendo assim, a tarifa passou de 3% para 4% nos veículos comprados a partir de 15 de janeiro. Para piorar, a ABVE diz que há dificuldades em fazer valer a isenção da tarifa já aprovada na capital.

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