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Novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, toma posse nesta terça

Após dois meses de transição, ex-executivo do HSBC assume o lugar de Rubem Novaes em cerimônia fechada no Palácio do Planalto

Brandão assume o cargo com o desafio de preparar o BB para a transformação digital (Divulgação/Divulgação)
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Agência O Globo

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 07h05.

Depois de um processo de transição de quase dois meses, o novo presidente do Banco do Brasil , André Brandão, assume o comando da instituição na manhã desta terça-feira. Ele ocupará a vaga de Rubem Novaes em evento fechado no gabinete do presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

Por causa da pandemia, não haverá convidados nem discurso, segundo uma fonte a par da organização. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um dos poucos do gabinete a participarem do evento.

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Brandão assume o cargo com o desafio de preparar o BB para a transformação digital e enfrentar a concorrência tanto de fintechs como das big techs, como Google e Facebook.

Perguntado sobre a privatização do banco, ele tem respondido internamente que essa decisão não será dele, mas do acionista controlador. Bolsonaro já afirmou, diversas vezes, que não pretende vender o banco.

O novo presidente esteve na sede do BB na segunda-feira à tarde, onde teve várias agendas, além de conhecer pessoalmente a cúpula da instituição. Ele foi apresentado aos vice-presidentes durante a reunião de diretoria, a última conduzida por Novaes. Brandão veio de São Paulo e foi sua primeira visita às instalações do banco.

Novaes entregou a carta de demissão a Paulo Guedes no fim de julho, alegando cansaço com a rotina em Brasília e desejo de voltar a morar no Rio para ficar mais próximo dos netos. Ele tentou fazer seu sucessor, sugerindo nomes do próprio BB, mas Guedes optou por trazer um executivo de fora.

Segundo interlocutores, Brandão já deixou claro que é avesso a entrevistas e que prefere manter a mesma postura discreta que tinha no comando da área Internacional do HSBC — cargo que deixou para assumir o BB. Ele teria ficado assustado com o interesse da imprensa no banco, contou uma fonte.

Já Novaes costumava dar declarações polêmicas. Ele fez críticas ao isolamento social e comprou briga com o Tribunal de Contas da União (TCU), que proibiu o banco de anunciar em sites ligados à disseminação de fake news. Ele classificou o TCU de "usina do terror".

A primeira impressão deixada por Brandão agradou aos funcionários do banco. Ele teria mostrado que gosta de ouvir e quer manter o diálogo. O oposto de Novaes, que, segundo uma fonte, usava elevador privativo e só se relacionava com a cúpula do banco.

Brandão teria dito que, a princípio, quer conhecer a atual equipe, para só depois fazer eventuais substituições.

O novo presidente do BB deve manter a estratégia, adotada ainda no governo Michel Temer, de alinhar o banco aos resultados do setor privado. O BB é o segundo banco do país, atrás do Itaú Unibanco, e passou por um processo de enxugamento nos últimos anos, com corte de despesas administrativas e planos de demissão voluntária.

As linhas de crédito foram focalizadas em operações com garantias, como capital de giro e consignado, com menor exposição a empréstimos governamentais. Brandão também deve seguir com ações de desinvestimento.

Novaes deverá continuar na equipe de Guedes, mas como assessor especial.

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