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Novo fundo vai investir 2 bilhões de dólares em etanol brasileiro

Nomes de peso como James Wolfenson, ex-Banco Mundial, e Steve Case, o fundador da AOL, estão entre os sócios

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Será lançado nos próximos dias, em São Paulo, o maior fundo já constituído para investimentos em etanol no Brasil. Administrado pelo ex-presidente da Petrobras Henri Phillip Reichstul, o fundo conta com dinheiro de investidores do calibre de James Wolfenson, ex-presidente do Banco Mundial, Vinod Khosla, fundador da Sun Microsystems e estrela entre os capitalistas de risco do Vale do Silício, e Steve Case, fundador da America Online. O fundo, chamado Brasil Energy, investirá 2 bilhões de dólares para colocar em funcionamento um pólo nacional de produção de etanol. A idéia é atuar em toda a cadeia do combustível, desde as plantações de cana até a exportação do produto. Para sua equipe, Reichstul já contratou o ex-diretor da área de abastecimento, refino e comercialização da Petrobras Rogério Manso. O contrato que formalizou a primeira etapa do investimento, de 200 milhões de dólares, foi assinado na última sexta-feira. A montagem financeira da operação, que consumiu mais de seis meses de negociações entre os investidores, inúmeras viagens internacionais e uma etapa final bastante intensa, contou com a assessoria do Goldman Sachs.

O projeto dos célebres parceiros de Reischtul - aos quais também estão associados os brasileiros Ricardo Semler, controlador da Semco, e o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn - é já entrar no mercado de etanol numa etapa à frente do que o visto hoje na produção brasileira. O raciocínio dos investidores leva em conta a projeção de consultores de que é possível melhorar em até 40% a produtividade do etanol no Brasil apenas com tecnologias mais avançadas. Justamente por isso, das 15 usinas que o grupo pretende colocar em operação nos próximos dois anos, a maior parte deve ser totalmente nova. A não ser em casos considerados excepcionais pelo grupo, não há planos de sair comprando usinas.

Outra vantagem competitiva que o fundo Brasil Energy pretende oferecer é um maior grau de confiança aos compradores externos. Altamente concentrada nas mãos de empresas familiares, a indústria de etanol brasileira ainda enfrenta certa desconfiança por parte dos investidores estrangeiros. Além disso, é um ambiente altamente pulverizado - a Cosan, maior do setor com produção anual de 1 bilhão de litros de álcool, detém menos de 10% do mercado. Para observadores atentos, a indústria de etanol brasileira deverá viver, nos próximos anos, um forte movimento de consolidação. Com seus 2 bilhões de dólares e nomes estrelados, o Brasil Energy já chega ao mercado brasileiro como candidata à próxima nova potência do etanol.

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