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Novo CEO da Vivendi fala sobre estratégia da empresa

Vincent Bollore disse ver potencial de crescimento de seus ativos de mídia enquanto prevê continuar pagando altos dividendos

Vincent Bollore durante um encontro de acionistas da Vivendi em Paris, na França (Benoit Tessier/Reuters)

Vincent Bollore durante um encontro de acionistas da Vivendi em Paris, na França (Benoit Tessier/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 18h21.

Paris - O bilionário francês Vincent Bollore deu os primeiros sinais de como será a estratégia da Vivendi após assumir como presidente do Conselho nesta terça-feira, afirmando ver potencial de crescimento de seus ativos de mídia enquanto prevê continuar pagando altos dividendos.

A Vivendi, uma das maiores empresas francesas, vendeu três negócios, incluindo a operadora de telecomunicações SFR, em um plano de dois anos que pretende reduzir dívida e retomar o preço das ações.

Bollore, que com sua fatia de 5 por cento é o maior acionista da companhia, terá poder de decisão enquanto a companhia pretende sair de três negócios remanescentes e começar a olhar para oportunidades de crescimento.

A Vivendi hoje detém o maior selo do mundo, a Universal Music Group, a maior operadora de TV paga da França, a Canal Plus, e a fornecedora de banda larga brasileira GVT.

"A estratégia da Vivendi foi claramente fixada", disse Bollore em reunião anual de acionistas em suas primeiras declarações públicas sobre a companhia desde que se tornou vice-presidente do Conselho no ano passado.

"É transformar a companhia de uma holding financeira para uma companhia integrada focada em conteúdo."

Apesar de sua influência, o bilionário de 62 anos -- famoso por construir o negócio de transporte na África e incursões em companhias blue-chips -- disse até agora muito pouco sobre para onde pretende levar a Vivendi.

Isso deixou investidores e analistas se questionando se suas intenções eram vender mais partes do grupo, ou buscar construir algo a partir de seu atual portfolio.

Crescimento e Dividendos

Em termos de retorno aos acionistas, Bollore disse que a Vivendi poderá no futuro pagar cerca de 40 a 50 por cento do lucro em dividendos.

"O Conselho decidirá sobre a política de dividendos baseando-se nas oportunidades disponíveis", disse, referindo-se a aquisições.

"Mas em um negócio crescente -- e acreditamos que nossas atividades de mídia vão crescer -- parece razoável distribuir 40 a 50 por cento." Bollore não disse nada sobre quais aquisições a Vivendi está buscando. 

Mas disse que o grupo poderá cortar mais valor e custos de suas três linhas de negócios ao fazê-las trabalhar juntas, algo que a Vivendi não conseguiu fazer na última década apesar de várias tentativas.

"Na verdade existe um valor escondido na Vivendi", disse Bollore. "Há mais sinergias entre as três unidades de negócio que a Vivendi conseguiu explorar no passado."

Ele deu como exemplo como a operadora GVT pode ser usada para vender mais conteúdo de TV do Canal Plus. A GVT usou o conhecimento do Canal Plus para ganhar mais 700 mil clientes de TV paga somente um ano depois do lançamento do serviço.

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