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Nova proposta entre Embraer-Boeing avança, mas acordo não é iminente

Segundo quatro fontes envolvidas nas negociações, apesar de avanços, as importantes questões ainda não foram resolvidas

Embraer: a nova proposta de acordo deve ser avaliada pelo presidente Michel Temer nas próximas semanas (Roosevelt Cassio/Reuters)
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Reuters

Publicado em 12 de abril de 2018 às 13h02.

Rio de Janeiro - Uma nova proposta para uma aliança entre Embraer e a Boeing foi enviada ao governo brasileiro na terça-feira, trazendo avanços nas discussões, mas importantes questões ainda não foram resolvidas, disseram quatro fontes com conhecimento do assunto à Reuters.

As companhias ainda precisam definir a participação final da Boeing em uma joint-venture que será criada para reunir a divisão de aviação comercial da Embraer, que deverá ser de pouco mais de 80 por cento, afirmaram duas fontes.

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As fontes afirmaram ainda que o governo brasileiro também está buscando assegurar que a Embraer, que manteria suas divisões de defesa e aviação executiva, retenha capacidade de engenharia para projetar e construir novos aviões.

A nova proposta de acordo deve ser avaliada pelo presidente Michel Temer nas próximas semanas, afirmaram duas das fontes.

Um grupo de trabalho formado por representantes dos ministérios da Defesa e Fazenda, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Força Aérea Brasileira, entre outros, tem se reunido semanalmente para encontrar uma solução para complexa criação da joint venture.

"Ainda falta muito chão para essa solução", disse uma das fontes. "A operação não é fácil, é bem complexa, mas está andando. Mas não está na iminência de sair", completou a fonte.

Na véspera, o jornal O Globo publicou que a expectativa era que um acordo fosse aprovado na próxima semana. As ações da Embraer, que subiam nesta quinta-feira, inverteram de sinal e passaram a recuar após a publicação pela Reuters de que um acordo não é iminente.

Na semana passada, o presidente-executivo da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, já tinha classificado a operação como "complexa" e evitou citar prazos para uma conclusão depois de ter informado no início do ano que esperava um resultado das negociações ainda neste semestre. Ele negou na ocasião que o processo eleitoral deste ano fosse um obstáculo para as negociações.

A divisão de aviação comercial da Embraer representa 60 por cento da companhia. Nesta quinta-feira, durante evento com a companhia aérea norueguesa Wilderoe, o presidente da divisão comercial da Embraer, John Slattery, não comentou as discussões sobre potencial acordo com a Boeing.

"Ainda faltam questões técnicas, comerciais e políticas" para serem construídas, disse uma segunda fonte, que também pediu anonimato. "Se sair (acordo), vai precisar de mais tempo. Não tem como ser agora", afirmou a segunda fonte.

As negociações mudaram bastante desde que a Boeing manifestou no ano passado interesse em se associar a Embraer para fazer frente à aliança entre Bombardier e a Airbus.

"O plano da Boeing era comprar a Embraer, mas aí veio o veto da Defesa (Ministério da Defesa). Eles fizeram uma nova proposta de compra sem incluir a Embraer Defesa. Veio um novo veto. Mas tinha que encontrar uma solução já que a Embraer Defesa não fica de pé sozinha", disse a fonte.

Para solucionar o problema, em março a Boeing chegou com uma nova oferta que propunha criar uma joint venture com Embraer aviação comercial. "Ficariam de fora a Embraer Defesa, aviação executiva e talvez parte da comercial", revelou a fonte. "Essa parece ser mais viável", adicionou a fonte.

"Ainda tem que decidir qual a participação da Embraer na joint venture, como fica a divisão de engenheiros da Embraer, o que fica com Embraer e o que fica com Boeing. Ainda tem muito chão para andar nessa operação e não há iminência de sair", frisou a fonte.

Ao ser questionada se a reforma ministerial poderia afetar o ritmo das tratativas, a fonte disse que ainda não afetou, mas reconheceu que os norte-americanos estão ansiosos.

"Eles queriam para 'ontem', mas tem que aguardar os processos", disse a fonte. "Se tiver uma definição em 30 dias aí as empresas vão ter que sentar para tentar ou não costurar um acordo", disse.

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