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Nissan negocia compra de ações da Renault em prelúdio de fusão

Proposta do chefe da Renault-Nissan é que Paris abriria mão da influência sobre a Renault e a montadora francesa renunciaria ao controle da Nissan

Nissan: uma autoridade do Ministério das Finanças da França disse que o governo "nega totalmente" estar pronto para vender sua parte na Renault para a empresa (Getty/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 7 de março de 2018 às 16h45.

Londres/Frankfurt/Geneva - A Renault e a sua parceira Nissan estão discutindo planos para estreitar sua aliança, na qual a montadora japonesa compraria a participação detida pelo governo francês de 15 por cento da Renault, disseram próximas ao assunto à Reuters.

As montadoras estão conversando com autoridades do governo sobre a proposta do chefe da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, na qual Paris abriria mão da influência sobre a Renault e a montadora francesa renunciaria ao controle da Nissan, de acordo com três fontes.

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Mas qualquer acordo deve enfrentar obstáculos significativos e ainda tem que ser aprovado pelo governo, disseram. Para tal, deve haver um equilíbrio dos interesses franceses e japoneses, evitando a aparência de uma incorporação.

"Qualquer discussão sobre a negociação de ações envolvendo a Renault, Nissan ou o governo francês é pura especulação", disse o porta-voz da Renault-Nissan, Jonathan Adashek. A aliança "não tem planos de mudar a proporção da participação cruzada das companhias", acrescentou.

Um autoridade do Ministério das Finanças da França disse que o governo "nega totalmente" estar pronto para vender sua parte na Renault para a Nissan.

As fontes disseram que a Renault está sendo aconselhada pelo BNP Paribas e a Nissan pelo Nomura na venda planejada das ações, que aconteceria como parte de uma combinação mais ampla da Renault-Nissan ou como um "ponto de partida" no caminho para uma empresa. Os bancos não responderam ao pedidos de comentários.

Ghosn também propôs uma estrutura interina na qual a administração da Renault, da Nissan e da Mitsubishi Motors seria supervisionada por uma fundação holandesa como um prelúdio para a integração como um grupo automotivo global com sede em Amsterdã, disseram fontes.

"Para o governo, uma fundação holandesa não é uma opção", disse o agente do Ministério das Finanças francês, que não quis se identificar.

A aliança Renault-Nissan, sustentada por participações cruzadas, tem lutado intermitentemente desde sua origem em 1999 com planos de fusão completa que tropeçam nas objeções da França, maior acionista da Renault.

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