Em meio à crise, Samsung tem tensão antes de revisão anual
Com alguns telefones substitutos sofrendo o mesmo problema, a Samsung previu um impacto de 5,4 bilhões de dólares nos seus lucros operacionais
Reuters
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 12h21.
Seul - As próximas semanas são tradicionalmente uma época tensa na Samsung Electronics, com executivos esperando para ver se o seu trabalho ao longo do ano será recompensado com alguma promoção na avaliação anual de desempenho da empresa sul-coreana.
Este ano, essa tensão aumentou em vários níveis, com o ritual de fim de ano vindo na esteira da derrocada envolvendo o emblemático smartphone Galaxy Note 7 da Samsung.
A maior fabricante de smartphones do mundo descontinuou neste mês o aparelho de 900 dólares após o superaquecimento dos telefones, com alguns pegando fogo.
Com alguns telefones substitutos sofrendo o mesmo problema, a Samsung previu um impacto de 5,4 bilhões de dólares nos seus lucros operacionais.
"Todo mundo tem medo de ser ouvido até mesmo respirando", disse um funcionário da Samsung. "Haverá medidas punitivas; alguém vai ter que assumir a responsabilidade por isso."
Nenhum dos funcionários da Samsung com que a Reuters conversou para este artigo quis ser identificado, pois não estavam autorizados a falar com a imprensa.
As decisões de pessoal anuais da Samsung - uma prática comum na Coreia do Sul em torno de dezembro - é um segredo mais bem guardado do que até mesmo os detalhes de seus novos produtos. Executivos são informados sobre quaisquer alterações somente no último minuto.
Pessoas de dentro da Samsung dizem que há mais nervosismo este ano do que o normal, e conversam internamente de mudanças radicais, com um corte tanto na parte executiva como em níveis hierárquicos mais inferiores.
"Há muita conversa de que poderia haver grande rotatividade nas fileiras executivas no lado do hardware", disse uma fonte da divisão de celular. "Há também muita preocupação entre os empregados de nível de trabalho acerca de uma grande reestruturação."
A Samsung disse à Reuters que não estava considerando quaisquer mudanças de gestão ou de reestruturação em resposta à crise do Note 7.