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"Não há interesse em vender o Baú", diz diretor da empresa

Apesar da crise do Panamericano, varejista mantém planos de expansão

Nada mudou nas empresas do Grupo Silvio Santos, garante diretor das Lojas do Baú (Luciana Prezia/EXAME.com)

Tatiana Vaz

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 09h52.

São Paulo – Desde a descoberta de um rombo de 2,5 bilhões de reais nas contas do Banco Panamericano, há dúvidas sobre a capacidade de o Grupo Silvio Santos, seu controlador, sobreviver sem realizar profundos sacrifícios. Um deles seria a venda de ativos, como a varejista Lojas do Baú. A rede, aliás, chamou a atenção da paranaense MercadoMóveis, que prepara uma oferta por até 60 lojas da rede.

Em declarações à imprensa, o empresário e apresentador Silvio Santos já admitiu que poderá vender parte do grupo para quitar o empréstimo bilionário liberado pelo Fundo Garantidor de Crédito para salvar o Panamericano. O diretor de varejo do Baú, José Roberto Prioste, porém, nega que a rede esteja à venda e rebate: “é importante deixar claro que nada mudou nas empresas do Grupo Silvio Santos”. Acompanhe a entrevista exclusiva do executivo à EXAME.com.

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Em declarações à imprensa, o empresário e apresentador Silvio Santos já admitiu que poderá vender parte do grupo para quitar o empréstimo bilionário liberado pelo Fundo Garantidor de Crédito para salvar o Panamericano. O diretor de varejo do Baú, José Roberto Prioste, porém, nega que a rede esteja à venda e rebate: “é importante deixar claro que nada mudou nas empresas do Grupo Silvio Santos”. Acompanhe a entrevista exclusiva do executivo à EXAME.com.

EXAME.com - As lojas do Baú estão à venda?
José Roberto Prioste -
Não há interesse na venda das lojas. Pelo contrário, inauguramos 12 lojas este ano e abriremos mais quatro lojas até dezembro. Outras 30 estão previstas para serem abertas no ano que vem. A crise no Panamericano não afetou nosso projeto de chegar a 2011 com 225 lojas – seja por meio de crescimento orgânico ou aquisição de outras redes.

EXAME.com - Aquisição, mesmo em crise?
Prioste -
Sim, estamos analisando propostas de aquisição. Estamos sempre de olho em oportunidades, em especial nos estados paulista e paranaense, onde se localizam nossas lojas. Nosso foco continua sendo a busca por pontos de aluguel barato em periferia e interior para atender clientes da classe C e D – hoje, de melhor poder aquisitivo.

EXAME.com - Há dinheiro em caixa para isso?
Prioste -
Sim, há, mas não posso informar quanto temos de reserva. Acho importante deixar claro que nada mudou nas empresas do Grupo Silvio Santos, apesar da crise no Banco Panamericano. Não foi tirado dinheiro do caixa de nenhuma empresa do grupo e nenhuma teve de alterar seus planos de negócios ou fazer corte de custos. Nenhuma empresa está à venda, nossa vida segue normalmente dentro do grupo.

EXAME.com - Das 100 lojas adquiridas da rede Dudony, em 2009, 85 foram abertas. Por quê?
Prioste -
Desde a aquisição, fizemos um trabalho de repaginação nas lojas, além de estudar quais seriam mais interessantes para a empresa. Parte delas, as menores e com localização menos privilegiada, não ficará na rede. Trocaremos essas por lojas geograficamente mais estratégicas, mas nem por isso pensamos em vendê-las para qualquer concorrente.

EXAME.com - Como serão escolhidos os novos pontos comerciais ou redes a serem adquiridas?
Prioste -
Mapearemos os lugares onde há maior audiência das lojas do Baú na programação do SBT para depois analisarmos a viabilidade de abertura de lojas nessas regiões. Por exemplo, se a audiência em Itupeva no interior paulista, for alta durante as propagandas da Loja do Baú, estudaremos a abertura de uma loja na cidade.

EXAME.com - Esse método sempre foi usado pela empresa para a abertura de lojas?
Prioste -
Não sei como era feito antes; estou no cargo há cinco meses (antes disso, Prioste era diretor de marketing e compras do Ponto Frio). E, claro, mudanças de gestor sempre trazem novidades na maneira de lidar com o negócio.

EXAME.com - Há outras novidades de gestão das lojas do Baú?
Prioste -
Sim, fizemos outras modificações importantes, como a reestruturação da equipe de gestão, troca da agência de publicidade e a redução no número de fornecedores. Para se ter uma ideia, reduzimos os fornecedores de móveis pela metade, de 80 para 40. Assim conseguimos um melhor poder de barganha na hora de negociar preços.

EXAME.com - Quais são os demais planos da rede para ampliar os negócios?
Prioste -
Também até 2011, teremos de ampliar nossos dois centros de logística, localizados em São Paulo (SP) e Maringá (PR). Também estamos otimistas em relação ao mercado de varejo, com a pretensão de ampliar nosso faturamento em 40% de 2010 para 2011. Apenas para o final deste ano, contrataremos 150 vendedores temporários.

EXAME.com - Acredita que o grupo terá de investir mais na imagem depois da crise?
Prioste -
Não, continuaremos fazendo os investimentos em marketing que sempre fizemos. Entendemos que, mesmo com a repercussão negativa na mídia, as pessoas confiam e admiram nossas empresas que, como disse, operam tranquilamente.

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