'A BBC não é um negócio', especificou o diretor-geral, mas 'uma emissora de serviço público' (Carl de Souza/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 11h12.
Londres - O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou nesta segunda-feira que 'não há prova alguma' que indique que algum jornalista da emissora pública britânica tenha grampeado telefones celulares de famosos.
A informação foi dada por Thompson ao prestar depoimento nesta segunda na investigação sobre ética jornalística realizada em Londres, que começou no ano passado por conta do escândalo das escutas do jornal extinto 'The News of the World'.
O diretor da emissora britânica afirmou que nunca chegou a escutar 'rumores' nos corredores da emissora de que algum jornalista tivesse grampeado telefones para obter informações.
Diante do alcance da espionagem jornalística do tabloide de Rupert Murdoch, Thompson determinou que a emissora averiguasse se seus funcionários tinham feito o mesmo, o que o diretor qualificou como 'necessário e apropriado'.
'A 'BBC' não é um negócio', especificou o diretor-geral, mas 'uma emissora de serviço público', e acrescentou: 'O canal está comprometido em atuar como uma fonte segura de notícias de todo o mundo e queremos manter o nível mais alto possível em todos os âmbitos, inclusive assuntos relacionados com a intimidade'.
A partir da espionagem do jornal, Thompson considerou 'prudente' avaliar a situação para saber se 'a emissora, ao praticar seu jornalismo, podia manter a cabeça erguida e dizer: 'Nós não fazemos essas coisas''.
O juiz Brian Leveson está a cargo dessa investigação no edifício judicial do Royal Court of Justice.
O extinto dominical 'News of the World' foi o centro de uma polêmica ao ser revelado que grampeou telefones celulares de ricos e famosos.