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Na peleia: mesmo com a enchente, gaúcha Docile mantém planos e abre sua primeira loja de doces em SP

Empresa quer ter pelo menos cinco lojas até o final do ano e acredita no fortalecimento da marca pelo varejo

Ricardo Heineck, diretor da Docile: "Não temos tesão de fazer produto de baixa qualidade, a preço baixo" (Docile/Divulgação)

Ricardo Heineck, diretor da Docile: "Não temos tesão de fazer produto de baixa qualidade, a preço baixo" (Docile/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de junho de 2024 às 16h21.

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Tem uma expressão no Rio Grande do Sul que consegue resumir bem o espírito da Docile, indústria de doces e guloseimas que faturou 620 milhões de reais dm 2023: "Não tá morto quem peleia".

A expressão tradicionalista indica persistência mesmo diante de dificuldades.

Na Docile, as dificuldades bateram à porta. A indústria está localizada em Lajeado, cidade do Vale do Taquari que foi devastada pelas chuvas, principalmente no final do mês de abril. O Rio Taquari, que margeia a cidade, chegou a subir 13 metros e arrastou construções.

A água não chegou a entrar na Docile, que fica a cerca de cinco quilômetros do rio, mas 31 funcionários perderam tudo e outros 150 foram afetados. Além disso, houve dificuldade para escolar a mercadoria e empresa ficou 10 dias sem receber matéria-prima.

"Tivemos algumas linhas que pararam de produzir, mas foi um processo retomado aos poucos", diz Ricardo Heineck, que dirige a Docile com os irmãos Alexandre e Fernando. "Demos apoio e suporte para nossos funcionários e aos poucos, as coisas começaram a voltar ao normal, mesmo com uma situação ainda desafiadora pela frente".

Mas como diz a expressão já citada acima, não tá morto quem peleia.

"Além das contribuições que fizemos na região, estamos tentando manter o otimismo, seguir trabalhando e gerando emprego", afirma Ricardo. "Empresas como Docile, que vendem para o Brasil e para o mundo, conseguem trazer recursos e gerar riqueza novamente para a região. Vamos seguir investindo e continuamos otimista com o ano".

Docile abrirá sua primeira loja

Um dos exemplos que a empresa segue apostando no seu crescimento é a abertura da primeira loja da empresa. A indústria pretende entrar com cada vez mais força no varejo, também para fortalecer sua marca fora do Rio Grande do Sul.

O lugar escolhido para receber a primeira loja? O parque de diversões Hopi Hari.

“No Hopi Hari, temos a possibilidade de mostrar o nosso produto de forma diferente e estar mais próximo de públicos que conversam muito com a nossa marca, que são os jovens e as famílias", afirma Heineck.

A loja da Docile segue o conceito já apresentado nos quiosques da marca, hoje em Lajeado e no aeroporto de Congonhas,com curvas alusivas ao logotipo, em um tom moderno, colorido e atrativo. Há a opção de compra a granel, na qual as guloseimas podem ser vistas em gôndolas de acrílicos, ou embalagens e kits prontos. A operação ficará proximo à roda-gigante do parque.

Um dos diferenciais da operação no varejo é a oferta de doces e guloseimas exclusivas, disponíveis, até então, apenas para o mercado externo. Hoje, 30% do que a Docile produz é exportado. Aliás, a gaúcha é a maior exportadora de guloseimas do Brasil.

O objetivo da Docile é que esse seja a primeira de várias lojas a serem abertas nos próximos anos. No futuro, inclusive, pelo modelo de franquias. Até o final de 2024, Ricardo quer ter pelo menos outras três ou quatro abertas, principalmente no Sul e no Sudeste.

"Temos muita confiança na qualidade dos nossos produtos. E nossas lojas e quiosques vão ajudar a divulgar esses produtos", diz. "Não temos tesão de fazer produto de baixa qualidade, a preço baixo. Queremos algo que todos gostem".

A empresa ainda não calcula quando porcento do faturamento virá do varejo direto.

Negócios em Luta

A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolaram o estado no mês de maio.

São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Os textos do Negócios em Luta mostram como os negócios gaúchos foram impactados pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles serão uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente.Tem uma história? Mande para negociosemluta@exame.com.

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