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Mudanças na Microsoft refletem maior rotatividade desde 2008

Neste ano, até o terceiro trimestre, 43 companhias no índice Standard Poor’s 500 estavam trabalhando com novos presidentes


	CEO da Microsoft, Steve Ballmer: executivo disse que se aposentará enquanto companhia realiza a transição para focar-se em dispositivos e serviços
 (AFP)

CEO da Microsoft, Steve Ballmer: executivo disse que se aposentará enquanto companhia realiza a transição para focar-se em dispositivos e serviços (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 21h47.

Southfield/Nova York - As corporações americanas estão trocando de presidentes no maior ritmo em cinco anos, enquanto companhias como a Walmart Stores Inc. e a Microsoft Corp. enfrentam mudanças nos gostos dos consumidores, a concorrência de recém-chegados e acionistas inquietos.

Neste ano, até o terceiro trimestre, 43 companhias no índice Standard Poor’s 500 estavam trabalhando com novos presidentes, conforme a agência de empregos para executivos Spencer Stuart. Isso sugere que em 2013 se superarão as 49 de 2011, a maior rotatividade desde 2008. A Walmart uniu-se ao grupo ontem, dizendo que Doug McMillon, diretor da sua divisão de negócios internacionais, substituirá Mike Duke em fevereiro.

Os presidentes devem possuir uma variedade de habilidades maior do que no passado, quando os principais executivos podiam ascender com uma única disciplina. As companhias são maiores, mais globais e cada vez mais complicadas, e há uma concorrência cada vez maior em países como a China, a Índia e o Brasil. Os executivos também devem se adaptar a uma mudança tecnológica mais rápida, incluindo transformações resultantes do crescente uso de dispositivos móveis.

“Companhias de todas as indústrias estão lidando com um novo mundo digital onde as vendas são realizadas de outras formas, chegando-se ao consumidor diferentemente e os produtos devem ser feitos e deslocados pelo mundo de um novo jeito”, disse Bob Benson, diretor da RL Benson Associates, consultoria de busca de companhias, sediada em New Canaan, Connecticut. “Os presidentes sem orientação para o digital estão preocupados. Estamos em um mundo novo”.

A mudança de presidentes na Walmart e na Microsoft foi impulsionada pela necessidade de melhores estratégias, disse Michael Useem, diretor do Centro para Liderança e Gestão de Mudanças da Escola Wharton, da Universidade da Pensilvânia. A Walmart precisa melhorar seu desempenho em alguns mercados no exterior onde sofreu dificuldades, e a Microsoft precisa abordar melhor a questão da Internet, disse Useem.


Transição da Microsoft

O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, disse que ele se aposentará enquanto a companhia sediada em Redmond, Washington, realiza a transição desde suas raízes como a maior fabricante de software do mundo para focar-se em dispositivos e serviços. Rivais como a Apple Inc. e a Google Inc. mudaram o foco do cenário tecnológico desde o suporte principal da Microsoft, dos computadores pessoais, para a computação móvel.

Os presidentes que não estejam confortáveis com a tecnologia e as tendências digitais terão dificuldades para estabelecerem estratégias para o futuro, disse Dawn Lepore, ex-presidenta da Drugstore.com e diretora da AOL Inc., da TJX Cos. e da RealNetworks Inc.

Não são somente as mudanças tecnológicas as que estão impulsionando a taxa alta de rotatividade de presidentes. O mercado acionário recorde nos EUA também torna muito lucrativo para um executivo se aposentar, disse John Wood, vice-presidente do conselho da agência de empregos para executivos Heidrick Struggles, em Nova York.

Acionistas ativistas

Quando uma companhia tem mesmo problemas ou desacelera, investidores ativistas estão cada vez mais dispostos a intervirem, disse Wood.

Neste ano, os ativistas ajudaram a forçar a saída de executivos da Procter Gamble Co., da Chesapeake Energy Corp. e da J.C. Penney Co. Os investidores também pressionaram a gerência da Microsoft e da Sotheby’s, entre outras.

A confluência de circunstâncias está criando uma “dança das cadeiras” da vida real para os presidentes, disse Peter Felix, presidente da Associação de Consultorias de Busca de Executivos em Nova York, que acompanha a atividade das agências. As taxas estão subindo, refletindo o aumento das buscas de presidentes e executivos, disse Felix.

“Os conselhos estão dizendo que é melhor fazermos algumas mudanças agora porque poderia ser muito tarde se não fizermos isso, que é o momento certo e que fulano, sicrano ou beltrano estão prontos para se aposentarem”, disse Felix. “É a convergência de muitas forças e isso pode causar mudanças importantes”.

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