MRV não desiste das metas - mesmo parecendo impossível
Apesar de reconhecer que pode não atingir o guidance traçado para 2012, MRV acredita na expansão das vendas contratadas até o final do ano e opta por não revisar seus objetivos
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 12h04.
São Paulo - O presidente e controlador da MRV , Rubens Menin, admitiu que a empresa pode não atingir suas metas para o ano. Mas reforçou que a MRV não irá revisá-las. A empresa esperava fechar 2012 com 4,5 milhões de reais a 5,5 milhões em vendas contratadas. Como o número está em 2,7 milhões de reais até agora, a construtora precisaria embolsar, no mínimo, 1,8 milhão de reais nos últimos três meses do ano. O número representa dois terços do volume recebido de janeiro a setembro.
"A gente sabe que o quarto trimestre é historicamente o melhor, o mais forte", afirmou o executivo em teleconferência a analistas nesta sexta. "Pode ser que [a empresa] não atinja o guidance, mas vamos bater na trave se não conseguirmos", completou.
A margem ebitda tampouco se aproxima do percentual ideal traçado pela MRV, estipulado em 24% a 28%. No último trimestre, ela ficou em 20,8%. No acumulado do ano, é de 19,8%. Em julho, a companhia anunciou um plano de recompra de até 10 milhões de ações. Caso a operação seja fechada até o fim do ano, a MRV espera adicionar alguns pontos à margem, embora também reconheça que o plano poderá ser deixado para o ano que vem.
Menores ganhos
De julho a setembro, a construtora e incorporadora teve lucro líquido de 151 milhões de reais, queda de 27,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa afirmou que a greve do setor bancário teve sua parcela de responsabilidade sobre o resultado. "Perdemos 2.000 repasses nos últimos meses", disse Menin. "[Sem isso] teríamos perto de 60, 70 milhões de reais a mais."
Em relatório, o analista Felipe Rodrigues, do HSBC, chamou a atenção para o aumento de despesas com as vendas no último trimestre, que "subiram praticamente 24% na comparação anual". Para ele, essa teria sido a principal razão para o ebitda abaixo do projetado, já que a empresa teria aumentado seus esforços comerciais.
A MRV acabou tendo geração de caixa neutra pelo segundo trimestre consecutivo. Notadamente voltada para a construção popular, a empresa espera agora se beneficiar com a correção nas tabelas de preço do programa de habitação "Minha Casa Minha Vida", que saiu em outubro. O ajuste nos preços, acredita a companhia, fará com que mais empreendimentos se encaixem nas faixas cobertas pelo programa, aumentando seu potencial de vendas.
Hoje, a MRV é líder nas faixas dois (com renda familiar entre 1.601 e 3.100 reais) e três (entre 3.101 e 5.000 reais) do mercado. De acordo com Menin, a empresa não concorre com grandes players em mais de 100 cidades. "Nunca sentimos um conforto tão grande em termos de concorrência", disse. A expectativa é que a empresa termine o ano com 100.000 unidades contratadas.
Em relatório, Gustavo Cambauva e Marcelo Millman, do BTG Pactual, afirmam que a MRV "tem uma exposição única" ao segmento, considerado o melhor pelos analistas em termos de escala e eficiência no fluxo de caixa. "Embora vejamos desafios no curto prazo, como a perda do guidance e persistentes pressões às margens, acreditamos que o cenário já está precificado no preço da ação", assinaram.
São Paulo - O presidente e controlador da MRV , Rubens Menin, admitiu que a empresa pode não atingir suas metas para o ano. Mas reforçou que a MRV não irá revisá-las. A empresa esperava fechar 2012 com 4,5 milhões de reais a 5,5 milhões em vendas contratadas. Como o número está em 2,7 milhões de reais até agora, a construtora precisaria embolsar, no mínimo, 1,8 milhão de reais nos últimos três meses do ano. O número representa dois terços do volume recebido de janeiro a setembro.
"A gente sabe que o quarto trimestre é historicamente o melhor, o mais forte", afirmou o executivo em teleconferência a analistas nesta sexta. "Pode ser que [a empresa] não atinja o guidance, mas vamos bater na trave se não conseguirmos", completou.
A margem ebitda tampouco se aproxima do percentual ideal traçado pela MRV, estipulado em 24% a 28%. No último trimestre, ela ficou em 20,8%. No acumulado do ano, é de 19,8%. Em julho, a companhia anunciou um plano de recompra de até 10 milhões de ações. Caso a operação seja fechada até o fim do ano, a MRV espera adicionar alguns pontos à margem, embora também reconheça que o plano poderá ser deixado para o ano que vem.
Menores ganhos
De julho a setembro, a construtora e incorporadora teve lucro líquido de 151 milhões de reais, queda de 27,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa afirmou que a greve do setor bancário teve sua parcela de responsabilidade sobre o resultado. "Perdemos 2.000 repasses nos últimos meses", disse Menin. "[Sem isso] teríamos perto de 60, 70 milhões de reais a mais."
Em relatório, o analista Felipe Rodrigues, do HSBC, chamou a atenção para o aumento de despesas com as vendas no último trimestre, que "subiram praticamente 24% na comparação anual". Para ele, essa teria sido a principal razão para o ebitda abaixo do projetado, já que a empresa teria aumentado seus esforços comerciais.
A MRV acabou tendo geração de caixa neutra pelo segundo trimestre consecutivo. Notadamente voltada para a construção popular, a empresa espera agora se beneficiar com a correção nas tabelas de preço do programa de habitação "Minha Casa Minha Vida", que saiu em outubro. O ajuste nos preços, acredita a companhia, fará com que mais empreendimentos se encaixem nas faixas cobertas pelo programa, aumentando seu potencial de vendas.
Hoje, a MRV é líder nas faixas dois (com renda familiar entre 1.601 e 3.100 reais) e três (entre 3.101 e 5.000 reais) do mercado. De acordo com Menin, a empresa não concorre com grandes players em mais de 100 cidades. "Nunca sentimos um conforto tão grande em termos de concorrência", disse. A expectativa é que a empresa termine o ano com 100.000 unidades contratadas.
Em relatório, Gustavo Cambauva e Marcelo Millman, do BTG Pactual, afirmam que a MRV "tem uma exposição única" ao segmento, considerado o melhor pelos analistas em termos de escala e eficiência no fluxo de caixa. "Embora vejamos desafios no curto prazo, como a perda do guidance e persistentes pressões às margens, acreditamos que o cenário já está precificado no preço da ação", assinaram.