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Moody's corta rating da Odebrecht para Caa1

Segundo a Moody's, o rating reflete a baixa probabilidade de que a geração interna de caixa e o perfil financeiro da empresa vão se recuperar no próximo ano

Odebrecht: "O rebaixamento reflete a percepção da Moody's de aumento de risco de crédito para a OEC" (REUTERS/Rodrigo Paiva)
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Reuters

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 19h00.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's cortou nesta quinta-feira o rating global da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), de B3 para Caa1, com perspectiva negativa, deixando a maior empreiteira do país ainda mais próxima do nível de calote.

"O rebaixamento reflete a percepção da Moody's de aumento de risco de crédito para a OECdevido à deterioração do perfil de liquidez da companhia até junho e às incertezas em meio à evolução dos riscos reputacionais", afirmou a agência, em nota.

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Segundo a Moody's, o rating atual reflete a baixa probabilidade de que a geração interna de caixa e o perfil financeiro da empresa vão se recuperar significativamente nos próximos 12 meses devido ao ambiente desafiador do setor de infraestrutura, além de potenciais passivos.

Esta foi a mais recente de uma série de cortes de ratings que atingiram a Odebrecht e várias das maiores construtoras do país, devido aos efeitos da Lava Jato, que investiga um escândalo de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras, e que praticamente fechou o mercado de crédito para o setor.

A Odebrecht SA, que controla a OEC, está buscando um acordo de leniência com o governo, enquanto o ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, segue preso. Para a Moody's, a conclusão desse processo é essencial para a sustentabilidade operacional da companhia.

Em junho, a OEC divulgou volume de projetos contratados de22,9 bilhões de dólares, redução de 19 por cento no portfólio de negócios desde o fim de 2015.

Devido a esse e outros fatores, a posição de caixa da empresa caiu de 2,5 bilhões de dólares em 31 de dezembro de 2015 para 1,7 bilhão de dólares em 30 de junho.

Segundo a Moody's, o valor em caixa representa um pouco mais da metade da dívida não auditada, incluindo garantias de dívidas extra patrimoniais.

A classificadora de risco diz que os ratings podem ser novamente rebaixados se a empresa deixar de publicar relatórios anuais auditados, o que desencadearia aceleração de dívida, ou se fizer uma reestruturação de dívida que resulte em perdas maiores que as esperadas para credores.

Os ratings também poderia ser reduzidos caso a agência perceba aumento do risco decorrente de ações judiciais.

Com o corte anunciado, a nota de crédito da OEC está apenas três degraus acima do nível considerado calote.

Da receita líquida de 117 bilhões de reais da Odebrecht em 12 meses até junho, 41 por cento foi gerado pela OEC.

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