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Montadoras vão comprar R$ 45 bilhões em peças neste ano

Mercado de autopeças segue aquecido, mas logística brasileira ainda atrapalha o setor

Componentes do motor: transporte de peças ainda atrapalha o setor (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - O segmento de compra de peças segue aquecido no Brasil, com valor estimado em 45 bilhões de reais neste ano, devendo chegar a 100 bilhões em 2014. As montadoras vão investir pesado. A Volkswagen anunciou 12 bilhões de reais em compras de material automotivo - um salto de 14% em relação ao ano passado. A Ford destinará 7 bilhões de reais; a GM anunciou compras em 9 bilhões de reais no país, e a Fiat tem 14 bilhões disponíveis para compras no Brasil.

Para o vice-presidente de compras da GM da América do Sul, Edgard Pezzo, os fornecedores brasileiros estão preparados para a demanda do mercado. A preocupação maior, no entanto, é sobre a qualidade. "Qualidade não é apenas investimento em alta tecnologia. Temos que dar atenção ao básico", diz ele. "Não sei se teremos um apagão logístico de que ouço falar há anos, mas o que vemos é um reflexo nos preços, que aumentam."

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Falta logística

Ser o quinto maior mercado automotivo do mundo não basta para o Brasil. É preciso que o mercado interno se una para manter um crescimento sustentável, estabelecendo uma cooperação entre fornecedores e montadoras nacionais, além de investimentos em infraestrutura.

A ideia foi debatida no simpósio sobre tendências e inovações da indústria automotiva, promovido pelo SAE Brasil, nesta segunda-feira (30/8). Para discutir o assunto, a mesa contou com a presença de Osias Galantine, diretor de compras do Grupo Fiat; Edgard Pezzo, da GM; e José Manoel Fernandes, diretor de compras da Arvin Meritor.

Os três apontaram, como grandes problemas para o fortalecimento da indústria nacional, a necessidade de mão-de-obra qualificada e de investimentos em infraestrutura, que beneficiam a logística das montadoras que sofrem com o transporte de seus produtos

"Comparado aos Estados Unidos, o custo de produção do Brasil é 25% maior", diz Osias, do Grupo Fiat, sobre outro ponto fraco da indústria. "Fica mais barato importar carros da Ásia do que produzi-los no Brasil. Temos que inverter essa situação."

Com os investimentos previstos em infraestrutura para a Copa de Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016, os executivos esperam que a indústria seja beneficiada, mesmo que indiretamente, na questão de logística. "Num mercado cada vez mais competitivo, o preço se torna o menos importante. Precisamos de veículos mais modernos, portanto investir em inovação é essencial", diz Osias.

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