Del Missier renunciou a seu cargo após o escândalo da manipulação do Libor no Barclays (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2012 às 15h26.
Londres - O diretor de operações do banco britânico Barclays, Jerry del Missier, renunciou a seu cargo após o escândalo da manipulação do Libor -taxa de juros interbancária fixada em Londres, confirmou neste terça-feira a instituição.
O executivo, que trabalhava há 15 anos no banco e há um mês nesse posto, é o terceiro diretor da entidade a se demitir em consequência das atividades fraudulentas.
Missier era braço-direito de Bob Diamond, executivo-chefe que também renunciou hoje, e entre 2005 e 2008 os dois trabalharam juntos na divisão de bancos de investimento Barclays Capital, onde foi constatada a manipulação do Libor.
Além de Diamond e Missier, na segunda-feira o presidente do Barclays, Marcus Agius, também anunciou sua demissão. Ele ficará no posto por mais algum tempo para supervisionar a seleção de outro executivo-chefe.
O Barclays foi multado na semana passada pelos órgãos reguladores do Reino Unido e dos Estados Unidos em 290 milhões de libras (360 milhões de euro) por manipular o Libor e seu equivalente europeu, Euribor, entre 2005 e 2009, em um caso que afeta também outros bancos.
Os agentes de Barclays, que respondiam na época a Diamond, falsificaram os juros para seu benefício econômico e para dar uma imagem de força diante de seus rivais em plena crise de 2008.
Outros bancos britânicos e internacionais estão sendo investigados, entre eles HSBC, Royal Bank of Scotland (RBS), Citigroup e o UBS.
Além da investigação por parte dos reguladores financeiros, as autoridades britânicas anunciaram que estudarão o caso para tentar apresentar acusações criminais contra os infratores.
O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, anunciou ontem que uma comissão multipartidária do Parlamento examinará a manipulação do Libor.
Outra investigação analisará o método de cálculo do Libor para melhorar sua aplicação e penalizar quem a manipular.
Diamond e Agius foram chamados para comparecer na comissão do Tesouro nesta quarta-feira e quinta-feira, respectivamente, para responder perguntas sobre sua responsabilidade na crise.