Lucro do Itaú cai 8,9% para R$ 5,59 bilhões
O Itaú teve lucro recorrente de R$ 5,59 bilhões, o que representa uma queda de 8,9% em relação ao mesmo período de 2015
Reuters
Publicado em 31 de outubro de 2016 às 07h46.
Última atualização em 31 de outubro de 2016 às 09h30.
São Paulo - O Itaú Unibanco reportou lucro líquido de R$ 5,595 bilhões no terceiro trimestre deste ano, redução de 8,9% em relação ao mesmo período de 2015, de R$ 6,144 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, quando ficou em R$ 5,575 bilhões, foi registrado leve aumento de 0,4%.
Esse é o terceiro trimestre consecutivo de queda no resultado recorrente do Itaú. Desde o trimestre anterior, o banco passou a consolidar os números da companhia resultante da união entre o Banco Itaú Chile e o CorpBanca, o Itaú CorpBanca.
"Os principais efeitos positivos do período em relação ao trimestre anterior foram os crescimentos de 5,9% da margem financeira com clientes, e de 15,0% da margem financeira com o mercado, além da redução de 2,7% das despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa", destaca o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras. Em contrapartida, conforme o banco, tais efeitos foram parcialmente compensados pelo crescimento de 8,4% das despesas não decorrentes de juros.
A carteira de crédito total do Itaú Unibanco, que considera avais e fianças, fechou setembro em R$ 567,744 bilhões, queda de 0,9% em relação a junho, quando somou R$ 573,003 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 641,773 bilhões, a cifra foi 11,54% menor. Se levado em conta ainda títulos privados foi a R$ 656,928 bilhões, alta de 0,52% e queda de 8,27%, respectivamente. Sem considerar o efeito cambial, encolheu 1,1% e 5,6%, nesta ordem.
O Itaú encerrou setembro com R$ 1,399 trilhão em ativos totais, queda de 3,03% em um ano, quando estava em R$ 1,443 trilhão. Na comparação com junho, quando estava em R$ 1,396 trilhão, houve aumento de 0,2%.
Seu patrimônio líquido alcançou R$ 114,715 bilhões de julho a setembro, aumento de 11,0% em 12 meses e 3,7% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) foi a 19,9% no terceiro trimestre contra 20,6% no segundo. Em um ano, estava em 24,1%.
Resultado líquido e recorrente
O Itaú divulgou ainda lucro líquido divulgado, que considera o efeito Corpbanca, de R$ 5,394 bilhões no terceiro trimestre, montante 9,3% menor em 12 meses, de R$ 5,945 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, quando totalizou R$ 5,518 bilhões, teve queda de 2,24%. Sem o efeito do CorpBanca, o lucro do terceiro trimestre foi 9,68% menor em um ano, de R$ 5,972 bilhões.
As principais diferenças entre o lucro líquido e o resultado recorrente, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, foram provisão para contingências eamortizações de ágio gerado pelas aquisições realizadas pelo conglomerado.
Índice de Basileia
O índice de Basileia do Itaú Unibanco foi a 19,0% ao final do terceiro trimestre, aumento de 0,9 ponto porcentual em relação ao indicador visto nos três meses anteriores, de 18,1%. Em um ano, quando estava em 16,1%, houve melhora de 2,9 p.p. O indicador mede o quanto um banco pode emprestar sem comprometer o seu capital.
Da Basileia total no terceiro trimestre, o índice de capital nível 1, de melhor qualidade e que considera o principal mais o complementar, representou 15,8%, acima do indicador registrado no segundo trimestre, de 14,9% e também do registrado em um ano, de 12,3%. O índice de nível II foi a 3,2% ao final de setembro, mesmo patamar visto em junho e menor que o registrado um ano antes, de 3,8%.
O Itaú informa, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que caso fossem aplicadas de imediato e integralmente as regras de Basileia III estabelecidas pelo Banco Central, o índice de capital principal (Common Equity Tier I) seria de 14,6% em 30 de setembro de 2016. O indicador considera a consolidação do negócio de varejo do Citibank no Brasil e a aquisição de 40% do restante da participação no Banco Itaú BMG Consignado (impacto estimado com base em informações preliminares), além do consumo do crédito tributário.
O patrimônio de referência do Itaú totalizou R$ 139,557 bilhões no terceiro trimestre, cifra 2,74% maior em relação ao segundo, de R$ 135,835 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 124,763 bilhões, cresceu 11,86%. O aumento foi possível por conta do Capital de Nível I que atingiu R$ 115,936 no terceiro trimestre ante R$ 112,149 bilhões no segundo. Já o capital de nível 2 permaneceu praticamente estável no terceiro trimestre, em R$ 23,622 bilhões, ante R$ 23,686 bilhões no segundo trimestre.
Despesas não decorrentes
As despesas não decorrentes de juros do Itaú Unibanco alcançaram R$ 12,374 bilhões no terceiro trimestre, montante 7,4% maior que os gastos registrados em um ano, de R$ 11,525 bilhões. Em relação ao segundo, quando somaram R$ 11,415 bilhões, foi identificado aumento de 8,4%.
De janeiro a setembro, as despesas não decorrentes de juros do Itaú totalizaram R$ 34,698 bilhões, cifra 6,7% maior que em um ano, de R$ 32,521 bilhões. Para este ano, o banco espera que esses gastos aumentem de 2,5% a 5,5% no conceito Brasil e de 2,0% a 5,0% no consolidado.
Segundo o Itaú, as despesas de pessoal totalizaram R$ 5,867 bilhões de julho a setembro, montante 26,8% maior em um ano. Na comparação com os três meses anteriores, esses gastos aumentaram 27,3%. As despesas administrativas foram a R$ 3,867 bilhões no terceiro trimestre, queda de 3,9% em um ano e de 3,2% em relação aos três meses anteriores.
O número de colaboradores do Itaú chegou a 95.984 ao final de setembro, 476 a menos que o total visto em junho. Em um ano, foi identificada a redução de 3.049 colaboradores. O banco somava 5.119 agências no terceiro trimestre, 35 a menos que no segundo. Em um ano, a instituição fechou 188 agências.