Lucro líquido do BNDES mais que dobra para R$ 6,4 bi no 3º tri
O BNDES reverteu o prejuízo de 2,174 bilhões de reais apurado no primeiro semestre
Reuters
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 11h46.
Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 15h26.
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) teve lucro líquido de 6,414 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2016, mais que o dobro em relação aos 3,124 bilhões apurados no mesmo período do ano passado, impulsionado por créditos tributários.
O banco de fomento utilizou no período créditos tributários de 4,514 bilhões de reais sobre o estoque de provisão para risco de empréstimos, que totalizou 11,6 bilhões de reais ao final de setembro.
Com isso, o BNDES reverteu o prejuízo de 2,174 bilhões de reais apurado no primeiro semestre, acumulando lucro de 4,24 bilhões de reais entre janeiro e setembro de 2016, saldo 36,1 por cento menor ante igual intervalo um ano atrás.
As provisões de perdas com inadimplência somaram 7,008 bilhões de reais de janeiro a setembro, ante 666,7 milhões no mesmo período de 2015. O montante inclui provisão de 5,27 bilhões de reais com impairments.
"Isso nos dá um conforto e estamos bem provisionados para eventuais desastres ou crises que possam acontecer no fim do ano", disse o diretor de controladoria do BNDES, Ricardo Baldin, em teleconferência com jornalistas.
A adoção dessa prática foi uma determinação da nova gestão do banco que pretende ser mais clara e mais transparente nas suas operações, disse Baldin.
"Nós desenvolvemos metodologia interna e vamos aplicar a cada trimestre considerando a situação da economia e repetiremos isso sempre", acrescentou.
"A nova administração pretende ser conservadora, pretendemos ser transparentes e achamos por bem fazer o que os outros bancos fazem, que é a provisão complementar", afirmou a superintendente da área, Vania Borgerth.
"Esperamos uma recuperação da economia e talvez essas provisões não sejam necessárias no futuro", afirmou Baldin.
"Se as empresa melhorarem, o Brasil melhorar e a estrutura de risco melhorar é claro que vamos reverter essa provisão. Temos muita esperança de recuperação da economia...se vai ser em dezembro ou ano que vem não sabemos dizer", acrescentou a superintendente.
Baldin afirmou que o BNDES não espera que o cálculo de crédito tributário ocorra no resultado do quarto trimestre diante da soma realizada no terceiro trimestre.
A taxa de inadimplência de operações vencidas há mais de 30 dias atingiu 1,96 por cento no final de setembro, ante 0,06 por cento no fim de dezembro de 2015, "refletindo a retração da economia", afirmou o BNDES.
De acordo com os executivos do banco, esse nível de inadimplência está entre os maiores da história recente do BNDES. "Não me lembro a última vez que esteve nesse nível e isso faz tempo", disse Baldin.
No recorte das operações vencidas há mais de 90 dias, o índice de inadimplência do BNDES subiu de 0,02 por cento no fim de 2015 para 0,21 por cento no final de setembro.
O índice de Basileia do BNDES terminou setembro em 19,4 por cento ante 16,1 por cento ao fim de junho e 14,7 por cento em dezembro de 2015, superando a marca de 10,5 por cento exigida pelo Banco Central.