São Paulo - Eventos não recorrentes que impulsionaram o resultado do segundo trimestre de 2010 são os principais fatores que explicam a queda de 47,4% do lucro líquido da AES Eletropaulo entre esse período e o segundo trimestre de 2011, para R$ 255,4 milhões. Embora a distribuidora tenha reportado expansão de 2,9% na receita líquida, a base de comparação foi prejudicada por ganhos extraordinários no exercício passado, que são a liquidação da venda da Eletropaulo Telecom à controladora Brasiliana e a reversão de provisão sobre disputa judicial com o Banco Santos.

No segundo trimestre de 2010, a liquidação da venda da Eletropaulo Telecom gerou um efeito positivo de R$ 265,4 milhões no Ebitda da distribuidora, elevando o indicador para R$ 769,7 milhões. Isso explica o recuo de 31,8% no Ebitda na comparação com igual intervalo de 2011, para R$ 525 milhões. Excluído o evento não recorrente do resultado do exercício do ano passado, a AES Eletropaulo teria registrado um incremento de 4,2% na geração de caixa do período.

A reversão da provisão da disputa judicial com o Banco Santos gerou ganho na linha financeira de R$ 106,3 milhões no segundo trimestre de 2010. Isso explica a piora no resultado financeiro da companhia entre os períodos, passando de uma receita financeira líquida de R$ 78,3 milhões para uma despesa financeira líquida de R$ 9,6 milhões em igual intervalo de 2011. Se o evento não recorrente fosse excluído, a despesa financeira líquida do período teria recuado 64,2%.

Juntos, esses dois eventos não recorrentes geraram um ganho de R$ 245 milhões no lucro do segundo trimestre de 2010. Se esses ganhos fossem excluídos, a concessionária teria apurado um crescimento de 5,8% no lucro líquido no intervalo de comparação, uma vez que o resultado líquido da AES Eletropaulo de abril a junho do ano passado teria sido de R$ 241 milhões.

No lado operacional, a companhia reportou um crescimento de 2,9% na receita líquida entre o segundo trimestre de 2011 e igual intervalo de 2010, para R$ 2,39 bilhões. Isso é reflexo do aumento de 3,1% no volume de energia distribuído em sua área de concessão, para 11,24 mil MWh, e pelo reajuste tarifário de 8% em julho de 2010, com efeito médio de 1,62% aos consumidores.

Os dados reportados pela companhia mostram uma expansão de 2,7% nas vendas ao mercado cativo, para 9,138 mil MWh. Destaque para o crescimento de 3,5% na demanda do segmento residencial e de 4,6% na classe comercial, compensando o recuo de 1,8% nas vendas para os consumidores industriais. O volume de energia faturado dos clientes livres por meio da tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD) aumentou 4,9% no período, para 2,109 mil MWh.

Na linha dos custos e despesas gerenciáveis, a companhia reportou um crescimento de 10,4% no período, de R$ 328,5 milhões para R$ 362,6 milhões. Parte desse incremento reflete a alta dos gastos da distribuidora com as ações para a melhoria da qualidade do fornecimento de energia, que teve início no final do primeiro semestre de 2010. Esse efeito foi parcialmente compensado pela redução nas despesas com o fundo de pensão.