Kassab afasta discussão sobre privatização nos Correios após lucro
Resultado de R$ 667 milhões em 2017 foi o primeiro positivo para a estatal desde 2013 e mostraria a superação de grave crise, segundo a empresa
Reuters
Publicado em 9 de maio de 2018 às 16h35.
Última atualização em 9 de maio de 2018 às 16h52.
Brasília- Os Correios tiveram lucro de 667 milhões de reais em 2017, revertendo prejuízo de 1,48 bilhão em 2016, um desempenho que, para ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afasta as discussões sobre a privatização da estatal.
"Dois anos atrás, no início da nossa gestão, era praticamente certo o início de um processo de privatização, com o tempo nós mostramos que é uma empresa que pode ser saudável", disse o ministro, acrescentando que vê um caminho de crescimento à frente para a empresa.
O resultado foi o primeiro positivo para a estatal desde 2013, e mostra a "superação da grave crise apresentada nos últimos anos", disse a empresa em comunicado, creditando o desempenho à revisão dos contratos e do custeio do plano de saúde, racionalização de custos com pessoal e otimização da rede de atendimentos.
Os números foram apresentados pelo presidente da empresa, Carlos Fortner, e o ministro Gilberto Kassab em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.
Questionado sobre o possível fechamento de agências e demissão de funcionários, o presidente da estatal afirmou que há um projeto de redesenho das unidades de atendimento, o qual pode envolver demissões e/ou fechamento de agências até 2022.
Contudo, o plano não tem data para ser lançado e no processo a empresa deve ganhar 2 mil pontos de atendimento, disse.
Apesar do resultado positivo, Fortner acredita que a capacidade de investimento da estatal somente será recuperado dentro de 2 ou 3 anos.
"Eu não tenho mais capacidade de investimento hoje, mas eu estou recuperando. Essa virada foi dada", afirmou.
Repasses ao Tesouro
Fortner descartou a possibilidade da empresa repassar recursos para o Tesouro Nacional neste ano.
"Vai levar uns quatro anos para poder pensar em repasse de dividendo, antes disso não acontece", completou Fortner.
Sobre a criação de uma empresa de logística entre a companhia aérea Azul e os Correios, anunciada no fim do ano passado, Fortner disse que devido a questões burocráticas a parceria ainda não foi concluída.
"A ideia inicial era de que se iniciasse em março, mas tem muita burocracia...Para o segundo semestre está bem avançado, muito avançado mesmo", completou.