Justiça mantém suspensão da venda da BR Distribuidora
O recurso apresentado pela Petrobras foi feito contra decisão da 3ª Vara da Seção Judiciária de Sergipe
Reuters
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 17h47.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 18h38.
Rio de Janeiro - A Justiça negou recurso da Petrobras e manteve a suspensão dos movimentos da petroleira para a venda de participação acionária de sua subsidiária de combustíveis, BR Distribuidora , que constitui uma parte relevante do plano bilionário de desinvestimentos da empresa para 2017 e 2018.
A decisão foi definida por unanimidade pela primeira turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, na segunda-feira, e marca mais uma vitória do Sindicato dos Petroleiros Alagoas Sergipe (Sindipetro-AL/SE), que tem apresentado diversas ações contra a venda de ativos da empresa.
O processo de venda da BR foi suspenso após decisão da 3ª Vara da Seção Judiciária de Sergipe, que deferiu em dezembro uma liminar atendendo a uma ação popular impetrada pelo Sindipetro-AL/SE, filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que questiona a venda do ativo sem licitação.
A BR é considerada um dos ativos mais valiosos ofertados pela Petrobras e, caso seja vendido, deverá contribuir com uma quantia relevante para a meta de desinvestimentos do biênio de 2017-2018, que totaliza 21 bilhões de dólares.
No modelo de venda da BR apresentado pela Petrobras, haverá uma estrutura societária que envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de forma que a Petrobras permaneça majoritária no capital total, mas com uma participação de 49 por cento no capital votante.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente o pedido de comentários.
Movimentos do sindicato
O Sindipetro AL/SE já moveu um total de sete ações contra a venda de ativos da Petrobras e estuda novos movimentos.
As ações na Justiça foram atribuídas pela petroleira como o motivo para não ter batido a meta de desinvestimentos do biênio 2015-2016, quando foram vendidos 13,6 bilhões de dólares, ante a previsão da empresa de 15,1 bilhão de dólares.
A advogada responsável pelas ações, Raquel de Oliveira Sousa, explicou que a principal motivação do sindicato com é a preservação do patrimônio público.
"A venda desses ativos é imensamente prejudicial para o país... Ela (a Petrobras) está utilizando todos os recursos para tentar derrubar essas liminares... como nós também temos feito todos os esforços para a manutenção delas", afirmou Raquel.
A advogada avaliou ainda que as vendas anunciadas pela Petrobras estão sendo realizadas com preços desfavoráveis para a companhia.
Mais cedo, nesta terça-feira, a estatal informou que a Justiça Federal suspendeu a venda da Petroquímica Suape e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe).
Em 28 de dezembro, a empresa havia informado que seu Conselho de Administração aprovara contrato de venda desses dois ativos para o Grupo Petrotemex e a Dak Americas Exterior, subsidiárias da Alpek, por 385 milhões de dólares.