Justiça de MG pede bloqueio de R$ 5 bilhões da Vale por "danos ambientais"
Antônio Sérgio Tonet, procurador-geral de Minas Gerais, disse que o valor seria voltado para danos ambientais, mas ainda não foi confirmado
Clara Cerioni
Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 13h37.
Última atualização em 26 de janeiro de 2019 às 13h45.
Belo Horizonte — A Justiça de Minas Gerais entrou com um pedido de cautelar, neste sábado (26), para bloquear 5 bilhões de reais da empresa Vale , em resposta ao rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Segundo Antônio Sérgio Tonet, procurador-geral da Justiça do estado, o valor é referente aos danos ambientais causados pela tragédia.
No entanto, o procurador disse que ainda não houve deferimento sobre o pedido. “Ainda não tenho resposta sobre esse pedido mas ele já está em andamento”, afirmou, em entrevista coletiva nesta tarde.
Essa nova cautelar se junta ao pedido de bloqueio de 1 bilhão de reais feito pelo governo de Minas Gerais, que foi acatado na noite desta sexta-feira (25), em caráter de urgência.
“Também fizemos pedido em relação a questões humanitárias que pode sair ainda hoje", acrescentou.
De acordo com o procurador, a Advocacia-Geral do Estado também entrou com uma liminar contra a empresa.
“A Advocacia-Geral do Estado conseguiu uma liminar para acautelar 1 milhão de dólares para medidas iniciais. O Ministério Público de Minas Gerais também entrou com um pedido, pela comarca de Brumadinho, no valor de 5 bilhões de reais“, afirmou.
O MP de Minas Gerais já estava investigando a barragem que se rompeu, pedindo laudos que atestassem a segurança para a população e o meio ambiente.
No final de novembro, a Vale apresentou uma perícia de uma empresa terceirizada que atestava a segurança daquela barragem.
“Diante desse fato, o MP não arquivou a matéria. Alguém errou. A apuração criminal está a cargo da polícia civil e se os suspeitos estiverem embaralhando as investigações ou houver risco de fuga podemos pedir a prisão deles", disse Tonet.