Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo
A rede de cafeterias tem dívida estimada em R$ 57,5 milhões. Pedido não inclui as franquias da rede, apenas as filiais em aeroportos; entenda
Repórter de Negócios
Publicado em 16 de julho de 2024 às 15h38.
Última atualização em 16 de julho de 2024 às 16h15.
A Justiça de São Paulo aceitou na segunda-feira, 15, o pedido de recuperação judicial da Casa do Pão de Queijo.A rede de cafeterias tem dívida estimada em R$ 57,5 milhões.
O pedido de recuperação judicial inclui a fábrica em Itupeva, em São Paulo, e 28 unidades próprias localizadas em aeroportos. A s 170 franquias da rede estão fora da ação.
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Todas as unidades seguem operando. As únicas unidades fechadas foram as filiais do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, por conta das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
Do total da dívida, R$ 244,3 mil seriam devidos a credores trabalhadores, R$ 55,8 milhões aos chamados quirografários e R$ 1,3 milhão a credores enquadrados como microempresas e empresas de pequeno porte.
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O que levou a Casa do Pão de Queijo à recuperação judicial
A Casa do Pão de Queijo apostou nos últimos anos na abertura de unidades próprias em diversos aeroportos. A empresa investiu aproximadamente R$ 14 milhões para abrir dez novas lojas em aeroportos privatizados, motivada por grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
No entanto, a pandemia de covid-19 em março de 2020 causou uma queda drástica no faturamento, com perdas de 97% nos primeiros três meses e uma redução total de 50% no ano, informa a empresa no processo.
Na pandemia, a fábrica de Itupeva interrompeu a produção várias vezes, resultando em perda de produtividade.
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A empresa também destaca a falta do delivery como um agravante para a queda da receita durante a pandemia.
"A empresa enfrentou dificuldades para obter linhas de crédito junto aos bancos, sendo forçada a recorrer ao não pagamento de impostos temporariamente", diz o processo.
A Casa do Pão de Queijo operava quatro lojas no aeroporto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que geravam um fluxo de caixa significativo para a empresa.