Com alta no mercado doméstico, JBS cresce e lucra R$4,6 bi em 2020
Balanço da companhia divulgado hoje mostra resultados positivos no quarto trimestre, mesmo diante dos desafios do setor
Maria Clara Dias
Publicado em 24 de março de 2021 às 06h00.
Última atualização em 25 de março de 2021 às 11h39.
A maior processadora de carne do mundo, JBS , divulgou nesta quarta-feira, 24, o balanço do quarto trimestre de 2020. Entre os meses de outubro e dezembro, a frigorífica registrou lucro líquido de 4 bilhões de reais, um aumento de 65% ante 2019. O total do ano foi de 4,6 bilhões de reais, uma queda de 24,2% em comparação com o resultado do ano anterior.
Apesar da queda anual, o desempenho do quatro trimestre superou o visto no mesmo período do ano anterior. Foram 4 bilhões de reais no lucro líquido da empresa, ante 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2019.
A dona das marcas Seara e Friboi registrou um EBITDA ajustado de 29,6 bilhões de reais no consolidado do ano. Um acréscimo de 48,7% quando comparado ao número registrado no ano anterior.
A JBS ainda registrou uma receita líquida consolidada de 76,1 bilhões de reais no trimestre, o que representa um aumento de 33,1% no comparativo anual, com todas as unidades de negócios registrando crescimento na receita em reais.
A empresa afirmou que no período, cerca de 75% das vendas globais foram realizadas nos mercados domésticos e 25% por meio de exportações.
Para a JBS, um outro fato entra na conta do desempenho financeiro: o comprometimento com métricas ESG (sigla para os critérios ambientais, sociais e de governança).
A transparência e a quebra dos vínculos com riscos ambientais passa a ser vital para um manter a fidelidade de investidores, especialmente na cadeia de commodities.
Segundo a empresa, os temas ambientais e de responsabilidade social são parte da estratégia, e as mudanças climáticas são “prioridade administrativa”.
Desde 2009, a companhia tem ampliado os esforços para monitoramento de fornecedores diretos de gado. Hoje, são 45 milhões de hectares monitorados pela empresa na região da Amazônia.
A JBS também criou recentemente o “Fundo JBS pela Amazônia”, que vai destinar 250 milhões de reais nos próximos cinco anos em projetos de conservação e recuperação do bioma.
Novos hábitos de consumo
Há um mês, a empresa disse cogitar a abertura de uma empresa voltada exclusivamente à proteína vegetal.
A alta na demanda de carnes e a mudança nas preferências de consumo farão com que a empresa, assim como rivais do setor, abraçem cada vez mais o uso de proteínas vegetais para substituição da carne animal.
A presença da JBS no mercado de carne vegetal no Brasil se dá pela Incrível, da Seara, que já tem 11 produtos. Já nos Estados Unidos, a empresa também tem 10 produtos à base de plantas em mais de 3 mil lojas sob a marca OZO.