Jack Griffin deixa presidência da Time Inc. após apenas 5 meses de trabalho
Segundo a empresa, o estilo de liderança do executivo não “casou” com o da companhia
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h51.
São Paulo – Apenas cinco meses de trabalho foram suficientes para Jack Griffin, CEO da Time Inc., acabar com sua reputação e ser demitido do cargo. A Time Warner, dona da Time Inc., maior editora de revistas dos Estados Unidos, responsável por publicações como a Time, People e Fortune, afirmou em nota ao funcionários que o executivo deixou a empresa por ter um estilo de liderança que não “casou” com o da companhia e por não se encaixar na cultura corporativa, segundo publicações internacionais. Enquanto não encontra um substituto, a Time Inc. será comandada por um comitê interino, composto pelo chefe de finanças, Howard Averill, o vice-presidente e conselheiro geral, Maurice Edelson, e o editor-chefe, John Huey.
Griffin foi contratado em setembro do ano passado, logo depois de sair da editora concorrente Meredith Corp, e foi o primeiro CEO da história da Time Inc. a vir de fora da empresa. De acordo com o jornal The New York Times, naquela época, eram ótimas as expectativas para a chegada do executivo, que havia conseguido fazer seu antigo empregador crescer e se manter intacto durante a crise mundial de 2008, mas em pouco tempo tudo foi por água abaixo.
Durante o tempo em que esteve na liderança da editora, Griffin fez trocas e cortes de pessoal para reorganizar a companhia, o que não agradou os chefes da Time Warner. Fontes não identificadas também afirmaram ao jornal que o então CEO também causou insatisfação ao chamar consultores para ajudar a implementar as mudanças. A religião do presidente-executivo foi outro ponto polêmico de sua gestão. Católico Apostólico Romano, Griffin fazia constantes referências à sua crença em encontros com subordinados. Em uma ocasião, ele comparou a Time Inc. ao Vaticano, para ilustrar seu prestígio e força. Ao perceber o constrangimento causado pelos comentários, o CEO da Time Warner, Jeffrey L. Bewkes, pediu pessoalmente a Griffin a interrupção de tais comentários.
Seus comentários pouco convenientes sobre a antiga empresa também foram alvo de reprovação. Certa vez, ele comentou com colegas que estava feliz em trabalhar em uma empresa onde realmente poderia ler as revistas, já que a editora Meredith Corp. publica basicamente revistas femininas. Posturas como essas provocaram nos outros executivos da empresa o temor de uma evasão de talentos insatisfeitos, caso ele permanecesse no cargo. Uma pessoa próxima a Griffin afirmou ao The New York Times que ele ficou surpreso ao saber da demissão e considera que o fato não tem a ver com seu estilo de gestão, mas sim à pouca predisposição da companhia para lutar contra interesses intrínsecos que barram as mudanças para o futuro.