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Itapemirim vai recrutar 600 profissionais para criar empresa aérea

Pessoas serão contratadas para diversos cargos, como pilotos, copilotos e comissários de bordo. Objetivo da empresa é começar a voar em março de 2021

Avião: atualmente a empresa está na fase 2 de um total de 5 que a Anac precisa certificar. (Rafael Delazari/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 12h19.

Última atualização em 7 de outubro de 2020 às 17h50.

Apesar de o setor aéreo estar em crise por causa dos efeitos da pandemia de covid-19, o grupo Itapemirim, de transporte rodoviário, vai iniciar na próxima sexta-feira um processo de recrutamento para sua nova companhia de aviação.

No total, 600 profissionais serão contratados para diversos cargos, como pilotos, copilotos e comissários de bordo. O objetivo da empresa é começar a voar em março de 2021.

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Para cada aeronave, serão necessários 67 funcionários, tanto de tripulação quanto de operação em solo, diz o presidente da Itapemirim, Rodrigo Vilaça. Segundo ele, até o fim do ano a empresa receberá três aviões Airbus A320 de um total de dez previstos para a primeira fase. O primeiro chega ainda neste mês. Se tudo correr como o planejado, ao fim de três anos, serão 56 aeronaves. A empresa, que se chamará Ita Transportes Aéreos, foi anunciada em fevereiro pelo sócio do grupo, Sidnei Piva.

Inicialmente, falava-se que um fundo dos Emirados Árabes Unidos financiaria o projeto, o que não se confirmou. Vilaça afirma que hoje o grupo - que está em recuperação judicial - conversa com dois outros fundos, mas que ainda não fechou nenhum acordo.

Por enquanto, a nova empresa, presidida por Tiago Senna, está sendo financiada com capital próprio. Quase 50 pessoas estão trabalhando para colocar o projeto de pé, diz Vilaça, destacando que a criação da companhia aérea está prevista no processo de recuperação. "Já temos isso autorizado pelo gestor jurídico do plano, que foi aprovado pelos credores e está sendo cumprido."

Ele diz que a Ita Transportes Aéreos nasce dissociada da recuperação judicial, livre de qualquer dívida. E é por isso que Vilaça acredita que o momento seja o ideal para a companhia começar a voar, uma vez que algumas das concorrentes estão em dificuldades. "Não estamos carregando nenhuma estrutura pesada. Vamos começar com uma operação limpa", diz o presidente da Itapemirim.

 

Ele conta que o projeto nasceu para ser regional, mas, com a pandemia, mudou para o âmbito nacional. No desenho atual, que está em aprovação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa terá hubs em quatro aeroportos: Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Brasília (DF) e alguma cidade do Nordeste, que ainda não está definida. "No total, a Ita vai voar para 16 aeroportos no País."

O advogado Felipe Bonsenso, especialista no setor aéreo, afirma que num país com as dimensões no Brasil, há espaço para uma nova companhia, sobretudo após a falência da Avianca Brasil. Na avaliação dele, considerando a pandemia e a redução drástica da demanda (e também da oferta), haverá uma retomada gradual dos serviços.

"E é justamente nesse nicho que acredito que a Itapemirim poderá se sair muito bem, já que possibilita crescimento orgânico da atividade dessa nova companhia. Ou seja, não tem de lidar com uma folha de pagamento substancial nem custos fixos já elevados (em comparação com as concorrentes)." Ele acredita que a Itapemirim deve ir se posicionando conforme surgir a demanda, assim como fizeram a Gol e a Azul no passado.

Atualmente a empresa está na fase 2 de um total de 5 que a Anac precisa certificar. Nas primeiras etapas, a agência analisa a solicitação formal e todos os documentos necessários. A partir da fase 4 são aprovados os manuais e programas da empresa e, na 5, há a certificação da operação. Após todos esses trâmites, há a publicação da concessão pela diretoria da Anac.

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