Negócios

Investir na Ameristeel vai elevar risco da Gerdau nos EUA, diz Link

Em crise, Estados Unidos ainda não tiraram do papel obras de infraestrutura que poderiam beneficiar a siderúrgica

Ameristeel: aumento da participação da Gerdau gera dúvidas no mercado (.)

Ameristeel: aumento da participação da Gerdau gera dúvidas no mercado (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - A decisão da Gerdau de assumir todo o capital da siderúrgica americana Ameristeel foi recebida com ressalvas pelos analistas de mercado. Nesta quarta-feira (2/6), a Gerdau anunciou que prepara uma oferta pública para comprar o restante das ações da empresa em circulação. A Gerdau já detém 66,3% do capital da Ameristeel, e está disposta a pagar 1,7 bilhão de dólares para adquirir o restante. Para a corretora Link, porém, o movimento vai aumentar a exposição do grupo ao mercado americano, que ainda sofre com os efeitos da crise econômica.

"A operação, se concluída, aumenta os riscos da companhia, já que aumenta o endividamento e aumenta a exposição ao ainda incerto mercado americano", afirmou o analista Leonardo Alves, que assina o relatório da Link. Para Alves, ampliar a presença na Ameristeel é uma aposta da Gerdau na recuperação dos Estados Unidos. A dúvida é quanto tempo levará para que os americanos superem a crise. O analista lembra, por exemplo, que as obras de infraestrutura prometidas pelo governo Obama - e que poderiam beneficiar a Gerdau - ainda não saíram do papel.

Preço "esticado"

O valor ofertado pela Gerdau aos minoritários equivale a 11 dólares por ação. A quantia embute um prêmio de 53,4% sobre o fechamento desta terça-feira (1/6). Segundo a Link, a cifra indica que a Gerdau avaliou a Ameristeel em 4,8 bilhões de dólares. Como a controlada possui uma dívida líquida de 1,2 bilhão de dólares, seu valor totalizaria 6 bilhões. O número corresponde a uma relação de 15,3 vezes o ebitda da Ameristeel (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação). Para a Link, trata-se de um valor "um pouco esticado para o momento atual". A eventual melhora do mercado americano, contudo, poderia contribuir para reduzir essa relação.

A compra das ações será bancada com recursos de caixa e financiamento. A Gerdau encerrou o primeiro trimestre com 2,4 bilhões de dólares em caixa. Sua dívida líquida, no final de março, era de 7,9 bilhões de dólares. Com isso, a empresa contaria com caixa suficiente para bancar a oferta. Sua dívida líquida subiria para 9,5 bilhões de dólares, de acordo com a Link. A proposta elevaria a relação dívida líquida/ebitda de 2,20 vezes para 2,84 vezes. "O patamar não chega a ser muito preocupante, já que estamos passando por um momento de melhora do ebitda", diz o relatório.

Apesar das ressalvas, a Link não vê motivos para mudar a classificação dos papéis da Gerdau neste momento.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasEstados Unidos (EUA)Fusões e AquisiçõesGerdauIndústriaPaíses ricosSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Negócios

19 franquias baratas para quem não quer trabalhar aos finais de semana a partir de R$ 14.900

Qual é a fortuna do bilionário Pavel Durov, fundador do Telegram que foi preso na França

Com alta de 13% em julho, faturamento das PMEs inicia terceiro trimestre em alta

Aos 22 anos, eles criaram negócio que fatura R$ 15 mi com meios de pagamentos para lojas virtuais

Mais na Exame