Pesquisa realizada pela Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) aponta que os laboratórios instalados no Brasil pretendem investir 1,5 bilhão de reais em 2007. Se as empresas seguirem à risca o planejamento, o crescimento seria de 18,2% em relação a 2006.

Aproximadamente 70% das empresas que compõem a rede nacional no setor, que foram consultadas pela federação, apresentaram as áreas de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos como destino primário das verbas - elas somam 388,4 milhões de reais, ou o equivalente a 28,4% a mais do que no ano passado.

O aumento expressivo deve-se à certeza de que o país tem um grande mercado potencial e que a modernização e adequação de linhas são peças fundamentais para o crescimento do setor - mesmo que eles venham a médio e longo prazo. Segundo Ciro Mortella, presidente-executivo da Febrafarma, os resultados dessa movimentação abrem precedentes para discussão de medidas regulatórias que ainda engessam a expansão dos laboratórios brasileiros. "Para lançar um novo produto são gastos quase 500 milhões de reais. Aqui no Brasil a gente pode dizer que investimos só 180 milhões. Ou seja, estamos crescendo, mas ainda podemos ir além se as políticas públicas e privadas se unirem", disse ao Portal Exame.

A "união", a qual Mortella se refere, seria alternativa viável para que a expansão continue. "Num ambiente econômico deve existir a discussão dos que, por natureza, buscam competição. Há sinalização de como levar a indústria a auxiliar o setor público e só assim transformar o país numa potência mais expressiva. O Brasil está preparado, mas como ele têm outros países.", disse.

Ele defende o incentivo à concorrência, a fiscalização sanitária e a facilitação dos trâmites na área regulatória.