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Inovação e tecnologia no DNA: o que faz a União Química ser destaque no mercado farmacêutico

Pelos avanços tecnológicos promovidos, executivo de TI da companhia é reconhecido como um dos maiores líderes da área no Brasil

União Química: processos produtivos 100% digitalizados garantem precisão à fabricação de medicamentos
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Publicado em 13 de novembro de 2023 às 09h00.

José Luiz Junqueira, vice-presidente executivo de operações e TI da União Química, costuma dizer às suas equipes que é preciso mudar sempre para ser competitivo. Essa mentalidade vanguardista e proativa, marca de sua trajetória, lhe rendeu recentemente uma posição entre os cinco líderes mais destacados em Tecnologia e Inovação do Brasil, considerando todos os setores da economia, no Inovatech Executive Summit.

O programa reconhece os 50 executivos da área de tecnologia da informação que, no último ano, vêm transformando suas empresas, equipes e negócios por meio da inovação, e depois abre os indicados para votação pública.

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“Fiquei muito feliz por esse reconhecimento, porque fui selecionado entre todos os setores, e a União Química representou a indústria farmacêutica. Isso é fruto de um constante trabalho que sempre teve como base maneiras de inovar em nossos processos para garantir segurança e qualidade aos nossos produtos”, conta Junqueira.

José Luiz Junqueira, da União Química: executivo é top 5 entre os maiores líderes de tecnologia e inovação do país, considerando todos os segmentos (União Química/Divulgação)

Setor farmacêutico: um mercado singular

Extremamente regulado e burocrático, o setor farmacêutico é ímpar quando comparado aos demais, por isso o uso da inovação nessa área tem uma dinâmica diferente, bem mais complexa. É aí que está o desafio.

“Não é simplesmente digitalizar processos para economizar valores ou otimizar etapas”, frisa o vice-presidente de TI. “Quando o assunto é saúde, não podemos ter falhas e a alta tecnologia é uma das ferramentas capazes de garantir a qualidade e a segurança de nossos medicamentos.”

De acordo com o executivo, além dos ganhos de qualidade, a tecnologia na indústria farmacêutica traz principalmente agilidade e transparência para que o setor cumpra todas as regulamentações do mercado.

No caso da União Química, que exporta para mais de 70 países e é certificada pelos principais órgãos reguladores do mundo, incluindo FDA, significa atender não só os requisitos da Anvisa mas também as exigências de agências regulatórias de diversos outros países.

“Cada agência dessa tem um guia de boas práticas de fabricação, qualidade, operações. A tecnologia nos dá segurança para seguirmos todos os guias, cumprirmos todas as legislações internacionais”, esclarece.

Como um importante pilar estratégico que garante sólida presença nos mercados nacionais e internacionais, o executivo cita o complexo fabril de biotecnologia em Augusta, nos Estados Unidos, que amplia a vantagem competitiva da União Química com uma planta de tecnologia 4.0.

“Uma vanguarda no setor. A fábrica é completamente automatizada para produção em grande escala, seguindo todos os princípios de indústria 4.0 e de manufatura avançada, disponibilizando produtos de alta complexidade sem necessidade de intervenção humana no processo produtivo. Temos capacidade para atender 100% do mercado global com os produtos produzidos nessa operação.”

Produção 100% automatizada e inteligente

O reconhecimento de José Luiz Junqueira como líder de TI é uma amostra do perfil pioneiro da União Química, que em seus 87 anos de história tem buscado continuamente a excelência por meio da inovação, característica que se tornou um de seus maiores diferenciais de mercado.

Com 23 anos de casa, o executivo fez parte de vários desses avanços tecnológicos, em diferentes fases do crescimento da companhia, que apenas em 2022 investiu R$ 220 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

Quando entrou na empresa, nos anos 2000, Junqueira integrou, por exemplo, a criação de um moderno sistema online para conectar os representantes da farmacêutica no Brasil inteiro, automatizando toda a rotina comercial. Um grande feito em uma época em que a internet era incipiente.

De lá para cá, importantes projetos de digitalização e estratégias inteligentes foram implementados na União Química, especialmente após as incorporações, com aquisições bem-sucedidas e plantas fabris multinacionais.

Entre as atuais frentes de inovação e tecnologia da companhia, está o conceito de paperless. As operações industriais da União Química não têm papel e são suportadas por um sistema de última geração que controla a manufatura de ponta a ponta, desde a entrada de matérias-primas até a saída do produto acabado, sem envolver cálculos humanos.

“É uma digitalização que, no Brasil, só nós temos implementado em todos os processos industriais”, salienta Junqueira.

Fábrica da União Química no DF: pesquisa, desenvolvimento e comercialização de medicamentos biotecnológicos — a grande aposta da companhia (União Química/Divulgação)

Monitoramento constante para mais produtividade

Desde 2019, todas as máquinas também são conectadas por meio de IoT (Internet das Coisas, na expressão em português), visando uniformizar os processos produtivos em todo o complexo industrial, que é o maior do mercado farmacêutico, com nove plantas fabris e um centro de distribuição. “Com isso, conseguimos monitorar as máquinas de forma integrada”, explica.

Paralelamente, algoritmos de inteligência artificial ainda analisam as informações dessas máquinas, evitando, entre outras coisas, interrupções na produção. O executivo conta que um só equipamento, quando não era monitorado por IA, se quebrasse, parava a produção por 8 horas.

“A IA prevê o desgaste e outros problemas e automaticamente solicita a manutenção, antes que o equipamento quebre e interrompa a produção sem nenhuma intervenção humana.”

Outro recurso avançado que gera ganhos de produtividade em fábrica é o uso de realidade aumentada para reparos de máquinas a distância.

Por meio de óculos inteligentes, especialistas orientam os ajustes remotamente e em tempo real, permitindo total colaboração entre as equipes para que as operações de manutenção sejam assertivas, seguras e ágeis.

Um equipamento farmacêutico europeu precisando de reparo – algo que requer um técnico bem específico – era sinônimo de longas esperas e, consequentemente, prejuízos à produtividade. Mas o emprego da tecnologia tem trazido excelentes resultados.

“É uma redução importante em tempo. Se eu precisasse acionar um técnico do fabricante, seria necessária uma parada de 15 dias. Hoje, são interrupções de poucas horas”, compartilha Junqueira.

União Química: uso de realidade aumentada para manutenção de equipamentos otimiza tempos e gastos (União Química/Divulgação)

Junto com o uso de realidade aumentada, os processos de manutenção também contam com impressão 3D de peças. A estratégia, colocada em prática desde 2020, gera economia de tempo e custos.

“Se não temos mais peças de reposição, simplesmente imprimimos essas partes em minutos. É muito mais rápido, não preciso ter capital, espaço ou esperar a peça chegar enquanto o equipamento está parado”, conta o gestor.

Impressão 3D de peças dentro das próprias fábricas: outra estratégia para agilizar operações de manutenção (União Química/Divulgação)

IA também para facilitar a rotina do consumidor final

O investimento em inovação, no entanto, vai além dos processos em fábrica. Uma série de facilidades usando inteligência artificial também é oferecida a consumidores finais e parceiros da União Química.

Um exemplo é o programa Humanize, que conta com a assistente virtual Uniqui, a inteligência artificial da companhia, que tem como objetivo melhorar a experiência das pessoas no SAC. Com uma abordagem simples, ela conduz uma comunicação mais próxima possível do real, com respostas e soluções obtidas em uma base de dados.

Com a tecnologia, é possível ter acesso rápido e preciso a informações das mais de 600 apresentações de produtos e das cinco linhas de negócios da farmacêutica, voltadas para saúde humana e animal.

A projeção é também reduzir até 90% dos atendimentos do SAC, otimizando, em média, 800 ligações por mês ou cliques nas plataformas digitais da empresa.

Informações sobre os medicamentos também podem ser consultadas pela IA do dispositivo Alexa, por meio do comando de voz “Alexa, abra bulas União Química”. São cerca de 250 bulas de remédio cadastradas conforme as normas na Anvisa. De forma prática e acessível para deficientes visuais, o consumidor pode obter orientações como posologias, princípios ativos e recomendações gerais de utilização.

Outra frente relevante de acessibilidade às informações de medicamentos, uma iniciativa pioneira da companhia, são as bulas interativas com recurso de inteligência artificial.

Apontando o celular para o QR Code contido nas embalagens dos medicamentos, é aberto um menu interativo com informações facilitadas em texto, vídeo e áudio-bulas, além de outras opções como ligar para o SAC União Química em um clique ou saber como descartar e reciclar as embalagens.

“Estamos implementando aqui uma variedade de soluções de IA, um campo muito vasto de possibilidades. Temos um setor dedicado à pesquisa dessa área, para usarmos em diversos setores”, comenta o vice-presidente de operações e tecnologia.

Um olhar sempre para o futuro

Essas e outras iniciativas fundamentadas no “sempre fazer diferente e melhor” explicam por que a União Química se posiciona entre as maiores indústrias farmacêuticas brasileiras, com crescimento de mais de dois dígitos ao ano, nos últimos cinco anos.

Como sempre foi a jornada da organização – mirando o novo –, os próximos passos da caminhada são continuar inovando dentro e fora das fábricas.

Um dos novos projetos está relacionado ao uso de energia renovável, que em breve será implementado nas plantas, com o objetivo de ser autossustentável em energia. O projeto já está em andamento e a meta é, inclusive, abrir uma usina solar para levar energia às unidades fabris.

Com um olhar atento para a inovação, a empresa também criou recentemente um conselho de administração, do qual Junqueira faz parte ao lado de nomes de peso como Dorothea Werneck, que foi ministra da Indústria e do Comércio, e Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco do Brics.

Agora, a meta é terminar o ano com um investimento de 6% sobre a receita líquida em inovação. No acumulado do terceiro trimestre, houve um crescimento de 9% em relação ao ano passado.

“A gente acredita e é fruto da inovação, dessa visão de que é preciso fazer algo novo para evoluir de maneira sustentável. É por isso que investimos tanto nisso”, finaliza o premiado José Luiz Junqueira.

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