Henrique Meirelles pode não assumir o comando da Delta
Preço do negócio só será definido após avaliação da situação da empresa. O ex-presidente do Banco Central ainda não vai assumir o controle da construtora
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2012 às 12h16.
A J&F divulgará nas próximas horas um comunicado ao mercado explicando sua intenção de comprar a Delta Construção – empreiteira do empresário Fernando Cavendish, que é líder em obras do PAC e que está envolvida nas denúncias que mostram as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos de todo o país. Como nos últimos dias têm saído informações desencontradas sobre as negociações para aquisição da construtora, envolvendo, inclusive, a J&F, a empresa decidiu vir à público a esclarecer a questão.
Fonte próxima à negociação revelou ao site de Veja que as duas empresas ainda não chegaram a um 'desenho' definitivo para a conclusão do negócio. "A empresa vai assumir a gerência da Delta para avaliá-la e, só depois, definir um valor para o negócio e fazer a oferta de compra", disse. No anúncio a ser realizado logo mais, serão dados detalhes sobre condições e prazos para a concretização da transação.
A J&F – holding dos irmãos Joesley, Wesley e José Batista – é dona da Flora, JBS, banco Original e Eldorado Papel e Celulose. O grupo é muito próximo do Palácio do Planalto desde o governo Lula, quando o BNDES realizou aportes bilionários que ajudaram a JBS a se transformar na maior empresa de carne bovina do mundo.
Meirelles – Ainda segundo a fonte, está descartada a possibilidade de o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, atual presidente do conselho de administração da J&F, assumir diretamente o comando da construtora caso a venda se concretize.
Já existe um empresário definido para assumir esse papel na hipótese de a Delta ser incorporada à holding J&F. O anúncio de seu nome não será, contudo, realizado nesta quarta-feira, quando o mercado conhecerá outros detalhes da operação. “Ficará para os próximos dias”, diz a fonte.
Meirelles continuará como presidente consultivo da holding. Isso significa que a Delta, se for adquirida pela companhia, ficará indiretamente sob sua orientação. É a J&F que define todas as estratégias e metas das empresas operacionais que estão sob seu guarda-chuva. Todos os presidentes das companhias – JBS, Vigor, Flora, Banco Original e Eldorado Brasil – têm de responder à holding.
Dificuldades – Em 19 de abril, o empresário Fernando Cavendish externalizou sua preocupação com a possibilidade de a Delta ter de pedir falência em decorrência da enxurrada de notícias na imprensa sobre as acusações do Ministério Público. “Cria-se um clima péssimo na empresa, os bancos vão suspender toda a nossa linha de crédito. Aí vem a Receita Federal. (...) Não tenho caixa. Se eu não receber antes de acabar meu dinheiro, eu quebrei”, disse.
No dia seguinte, alegando justamente dificuldades para obter financiamento bancário para suas operações, a Delta suspendeu os aportes para uma de suas principais obras: a reforma do Maracanã. Em 21 de abril, a empresa abandonou o consórcio responsável pelo empreendimento.
Foi o que bastou para uma seqüência de acontecimentos desfavoráveis à empreiteira. O governo de Goiás anunciou a abertura de uma auditoria nos contratos firmados com a Delta. Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e amigo pessoal do dono da empresa, fez o mesmo. Também pressionado pelas denúncias, o governo do Distrito Federal não ficou atrás: abriu processo administrativo que pode culminar no rompimento de qualquer parceria com a construtora.
Em 25 de abril, Fernando Cavendish afastou-se do comando da Delta.
A J&F divulgará nas próximas horas um comunicado ao mercado explicando sua intenção de comprar a Delta Construção – empreiteira do empresário Fernando Cavendish, que é líder em obras do PAC e que está envolvida nas denúncias que mostram as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos de todo o país. Como nos últimos dias têm saído informações desencontradas sobre as negociações para aquisição da construtora, envolvendo, inclusive, a J&F, a empresa decidiu vir à público a esclarecer a questão.
Fonte próxima à negociação revelou ao site de Veja que as duas empresas ainda não chegaram a um 'desenho' definitivo para a conclusão do negócio. "A empresa vai assumir a gerência da Delta para avaliá-la e, só depois, definir um valor para o negócio e fazer a oferta de compra", disse. No anúncio a ser realizado logo mais, serão dados detalhes sobre condições e prazos para a concretização da transação.
A J&F – holding dos irmãos Joesley, Wesley e José Batista – é dona da Flora, JBS, banco Original e Eldorado Papel e Celulose. O grupo é muito próximo do Palácio do Planalto desde o governo Lula, quando o BNDES realizou aportes bilionários que ajudaram a JBS a se transformar na maior empresa de carne bovina do mundo.
Meirelles – Ainda segundo a fonte, está descartada a possibilidade de o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, atual presidente do conselho de administração da J&F, assumir diretamente o comando da construtora caso a venda se concretize.
Já existe um empresário definido para assumir esse papel na hipótese de a Delta ser incorporada à holding J&F. O anúncio de seu nome não será, contudo, realizado nesta quarta-feira, quando o mercado conhecerá outros detalhes da operação. “Ficará para os próximos dias”, diz a fonte.
Meirelles continuará como presidente consultivo da holding. Isso significa que a Delta, se for adquirida pela companhia, ficará indiretamente sob sua orientação. É a J&F que define todas as estratégias e metas das empresas operacionais que estão sob seu guarda-chuva. Todos os presidentes das companhias – JBS, Vigor, Flora, Banco Original e Eldorado Brasil – têm de responder à holding.
Dificuldades – Em 19 de abril, o empresário Fernando Cavendish externalizou sua preocupação com a possibilidade de a Delta ter de pedir falência em decorrência da enxurrada de notícias na imprensa sobre as acusações do Ministério Público. “Cria-se um clima péssimo na empresa, os bancos vão suspender toda a nossa linha de crédito. Aí vem a Receita Federal. (...) Não tenho caixa. Se eu não receber antes de acabar meu dinheiro, eu quebrei”, disse.
No dia seguinte, alegando justamente dificuldades para obter financiamento bancário para suas operações, a Delta suspendeu os aportes para uma de suas principais obras: a reforma do Maracanã. Em 21 de abril, a empresa abandonou o consórcio responsável pelo empreendimento.
Foi o que bastou para uma seqüência de acontecimentos desfavoráveis à empreiteira. O governo de Goiás anunciou a abertura de uma auditoria nos contratos firmados com a Delta. Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e amigo pessoal do dono da empresa, fez o mesmo. Também pressionado pelas denúncias, o governo do Distrito Federal não ficou atrás: abriu processo administrativo que pode culminar no rompimento de qualquer parceria com a construtora.
Em 25 de abril, Fernando Cavendish afastou-se do comando da Delta.