Guarani está pronta para eventuais novas aquisições, diz presidente
São Paulo - Após tornar-se a terceira maior processadora de cana do Brasil com a compra da usina Mandú anunciada na segunda-feira, a Açúcar Guarani está preparada para prosseguir como consolidadora do setor, afirmou o presidente da companhia nesta terça-feira. "Estamos atentos a eventuais oportunidades que surjam. Se surgirem que façam sentido pela estratégia definida […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
São Paulo - Após tornar-se a terceira maior processadora de cana do Brasil com a compra da usina Mandú anunciada na segunda-feira, a Açúcar Guarani está preparada para prosseguir como consolidadora do setor, afirmou o presidente da companhia nesta terça-feira.
"Estamos atentos a eventuais oportunidades que surjam. Se surgirem que façam sentido pela estratégia definida pela Guarani, nós vamos participar dessa oferta...", afirmou Jacyr Costa Filho, o principal executivo da Guarani, em teleconferência com analistas.
"O que é importante ressaltar é que nós estamos prontos (para aquisições), esse é o ponto bastante importante", destacou.
Na segunda-feira, a Guarani anunciou a compra da Mandú por 345 milhões de reais, o que eleva a estimativa de processamento da empresa para 20,6 milhões de toneladas de cana. A companhia também assumiu uma dívida líquida estimada em dezembro de 2009 em 255,5 milhões de reais.
A aquisição foi feita cerca de um mês depois de a Petrobras ter comprado 45,7 por cento de participação na Guarani, com investimentos de 1,6 bilhão de reais em cinco anos. O aporte inicial da estatal de petróleo foi de 682 milhões de reais.
Segundo Costa, embora a Petrobras tenha até cinco anos para completar os investimentos, se a Guarani apresentar um projeto de negociação e ele for aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, "o aporte é antecipado".
"Agora depende de aparecer as oportunidades e termos esse projeto", comentou.
Pelo acordo anunciado em abril entre a Tereos, controladora da Guarani, e a Petrobras, a estatal terá o direito de realizar investimentos adicionais na companhia, via aumento de capital, que lhe confiram uma participação de até 49 por cento na Guarani.
Maior Capacidade
A Mandú possui capacidade de moagem anual de 3,5 milhões de toneladas, que pode ser elevada "com pouco investimento" para 4 milhões de toneladas, segundo Costa, que ressaltou entretanto que esse aumento depende também da disponibilidade de matéria-prima.
"É claro que temos outros planos de expansão na região também, com a usina São José, e vai depender da disponibilidade de matéria-prima para a gente decidir pelo investimento."
A Mandú tem perfil de produção de 60 por cento de etanol e 40 por cento de açúcar.
A empresa estima produzir aproximadamente 200 mil toneladas de açúcar, 175 milhões de litros de etanol e cogerar 12 MW de eletricidade nesta safra.
Localizada em Guaíra (SP), na mesma região das outras seis unidades industriais da Guarani no Brasil, a proximidade da Mandú com as unidades de São José, Severínia e Vertente deve favorecer sinergias, disse o presidente.
"Estamos mensurando (as sinergias), o que poderia dizer é que já temos experiência no aproveitamento de sinergia de quando fizemos a aquisição da Andrade e quando adquirimos 50 por cento da Vertente."
"Sabemos que o fato de estar na mesma região pode maxizar o uso dos ativos."