Apesar de conseguir um crescimento de 14,7% nas vendas no ano passado, a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) fechou 2003 com um lucro líquido 8% inferior ao resultado de 2002. Dona das bandeiras Pão de Açúcar, CompreBem Barateiro, Extra Hipermercados e Extra Eletro, a CBD justifica a queda no volume de créditos fiscais proporcionados por aquisições passadas . Em 2002, a companhia creditou no balanço 117,8 milhões de reais em Imposto de Renda. No ano passado, esse montante caiu para 9,7 milhões.

Operando 497 lojas em 12 estados brasileiros, a CBD aumentou a receita especialmente em razão das vendas de produtos alimentícios, que cresceram 7,6%, e de itens de básicos de menor valor agregado. Em 2003, o consumidor preteriu as marcas em favor do preço e retirou da lista de compras o que considerava supérfluo, diz nota da empresa.

As despesas financeiras também não registraram resultado favorável. A alta da taxa básica de juros na economia provocou um aumento de 13,5% no custo com as captações.

No ano passado, o grupo Pão de Açúcar investiu 539,4 milhões de reais na abertura de novos pontos de vendas, reformas e conversão de lojas. No último trimestre, foram abertas duas filiais do ExtraEletro, um supermercado Pão de Açúcar no Ceará, três lojas do Extra Hipermercados, sendo duas em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, além da construção de uma quarta filial em Belo Horizonte.

Como estratégia para firmar-se no mercado consumidor do Rio de Janeiro, a CBD anunciou, no final do ano passado, uma associação com a rede Sendas. A partir da constituição de uma nova empresa, sem desembolso por nenhuma das partes, a CBD busca reforçar seu posicionamento no segundo maior Estado consumidor do Brasil propiciando ganho adicionais de produtividade e de escala . Pelo acordo, a nova sociedade está sob o comando operacional do grupo Pão de Açúcar.