Grupo Noble tem fortes perdas e ações caem a um nível recorde
Como esperado, o fundador do grupo, Richard Elman, confirmou a entrega do cargo de presidente do conselho da companhia
Reuters
Publicado em 11 de maio de 2017 às 11h45.
Cingapura - O Grupo Noble registrou uma perda trimestral que derrubou suas ações em um recorde de mais de 30 por cento, disparando preocupações de que a comerciante de commodities de Cingapura não esteja conseguindo se recuperar de dois anos de crise mesmo após uma profunda reestruturação.
Como esperado, o fundador do grupo, Richard Elman, de 77 anos, confirmou nesta quinta-feira a entrega do cargo de presidente do conselho da companhia para assumir um lugar não executivo como presidente emérito do colegiado.
O conselheiro Paul Brought, ex-sócio sênior da KPMG, assumirá imediatamente como presidente do conselho.
Elman, que fundou a companhia em 1986 e aproveitou um momento de alta das commodities para construir uma importante trading global, disse que é momento de passar o bastão, uma vez que uma Noble com uma plataforma de menor custo e mais focada "começa a tomar forma".
A companhia apresentou um prejuízo de 129 milhões de dólares no período de janeiro a março, ante lucro de 40 milhões de dólares no mesmo período do ano anterior. Na terça-feira a companhia havia feito um alerta sobre seus resultados, citando os "distúrbios no mercado de carvão".
O prejuízo é um golpe para os esforços da Noble de reconstruir a confiança dos investidores após problemas que incluíram um questionamento de suas contas pela Iceberg Research e uma crise no setor de commodities que derrubou o preço de suas ações, além de rebaixamentos de classificação de crédito, baixas contábeis, vendas de ativos e captações de recursos.
A Noble nomeou dois novos co-presidentes executivos no ano passado, após o seu presidente abandonar o cargo. Mas as ações da empresa caíram cerca de 90 por cento desde meados de fevereiro de 2015, quando a Iceberg Research publicou seu relatório pela primeira vez.
O prejuízo líquido da Noble no trimestre foi o mais fraco resultado da companhia em mais de dois anos, exceto pelo trimestre entre outubro de dezembro de 2015, quando a companhia realizou uma baixa contábil de mais de 1 bilhão de dólares.