Grupo liderado por Vitol negocia compra de ativos da Petrobras na Nigéria
De acordo com fontes, consórcio envolve ainda a Africa Oil, e a Delonex Energy, e os ativos estão avaliados em US$ 2,5 bilhões
Reuters
Publicado em 18 de junho de 2018 às 16h23.
Última atualização em 18 de junho de 2018 às 16h35.
São Paulo - Um consórcio liderado pela trading de petróleo Vitol entrou em conversas exclusivas com a Petrobras para comprar fatias em campos marítimos de petróleo da estatal brasileira e parceiros na Nigéria , disseram fontes do setor.
Os ativos estão avaliados em 2,5 bilhões de dólares, disseram à Reuters duas fontes bancárias e uma da indústria do petróleo.
Os compradores estão conversando com a Petrobras, que está liderando o processo de venda, segundo as fontes.
O consórcio comprador envolve a Vitol, a Africa Oil, com sede em Vancouver, e a Delonex Energy, uma companhia de petróleo com foco na África que conta com o suporte do fundo de private equity Warburg Pincus e da International Finance Corporation (IFC).
Delonex, Petrobras e Vitol não quiseram comentar. A Africa Oil não respondeu um pedido de comentário.
O grupo liderado pela Vitol foi o vitorioso entre um número de consórcios que se interessaram pelos ativos nas duas primeiras rodadas, que incluíam a trading de commodities rival, Glencore.
Afundada em dívidas, a Petrobras lançou a venda da Petrobras Oil & Gas BV, ou Petrobras Africa, em que possui fatia de 50 por cento, como parte de planos de desinvestimentos.
A venda, anunciada no ano passado, inclui a fatia de 40 por cento da Petrobras Africa que pertence a uma subisidiária do BTG Pactual e 10 por cento do Helios Investment Partners.
O Scotiabank está administrando o processo com o Evercore, de acordo com o documento.
O acordo ofereceria ao consórcio participação em alguns dos maiores e menos custosos campos da Ningéria.
A Vitol deve ser responsável pela maior parte do investimento, gastando estimados 1 bilhão de dólares, de acordo com uma fonte.
A Petrobras Africa tem participação em dois blocos offshore, conhecidos como OMLs, que contêm dois campos produtores. O campo Agbami em OML 127 é operado por uma subsidiária da Chevron e o campo Akpo em OML 130 é operado pela Total.
O campo de petróleo Agbami é o principal, produzindo cerca de 240 mil bpd. A Petrobras Africa tem 12,5 por cento no campo, a Statoil tem 20,2 por cento, e a Chevron, 67,3 por cento.
O campo de Akpo produz quase 130 mil barris por dia (bpd) de condensado, e a Total também deve iniciar a produção na área em desenvolvimento de Egina, no OML 13, neste ano.