Grifes de moda, bancos e cervejarias: grandes marcas já estão no metaverso. Como e por que entrar?
Projeção de mercado de US$ 800 bi em até 2 anos e consumo virtual atraem empresas para o metaverso; veja como usar tecnologia para ganhar mais em sua profissão
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2022 às 09h00.
Se você navegou pela internet nos últimos meses, deve ter se deparado com alguma publicação sobre o tema da vez: metaverso . Aqui na EXAME, aliás, o assunto vem sendo abordado em reportagens e através de aulas da EXAME Academy . Mas se este é seu primeiro contato com essa nova fronteira da web, a gente reforça o conceito.
Trata-se de um universo virtual com representações de objetos e pessoas e que pode ser acessado por meio de gadgets – como os óculos 3D ou o smartphone -, uma espécie de realidade paralela com influência direta do mundo físico e vice-versa. Um mundo 3D, virtual, social, persistente e compartilhado.
O termo metaverso é anterior ao seu atual uso massivo na internet e foi cunhado pelo escritor norte-americano Neal Stephenson no romance sci-fi/ cyberpunk “Nevasca” ( Snow Crash ), publicado em 1992. No livro, o personagem principal – um ex-entregador de pizza e hacker – é um dos cocriadores de uma enorme realidade aumentada e paralela ao mundo “real”, o Metaverso . Algo, em princípio, bem parecido com o que deve ser nosso futuro digital.
Mais que ficção
Uma análise da Bloomberg Intelligence, publicada em dezembro de 2021, estima que o metaverso – a próxima nova plataforma tecnológica – abre uma possibilidade de mercado de, aproximadamente, US$ 800 bilhões até 2024 em três áreas fundamentais: jogos online (desenvolvedores e hardware), entretenimento ao vivo (shows, exposições, esportes etc.) e midias sociais – incluindo publicidade.
Além da própria análise, a Bloomberg usa como base para a estimativa dados da Newzoo (analista de e-sports e games), IDC (marketing intelligence), PWC (consultoria e auditoria), Statista (análise estatística de dados) e Two Circles (agência de marketing data-driven com foco em esportes).
Mas as possibilidades de investimento e lucro não se limitam a essas áreas . O CEO da Epic Games, Tim Sweeney afirmou em uma conferência na Coréia do Sul, em novembro último, que “ nas próximas décadas, o metaverso tem potencial para se tornar uma parte de vários trilhões de dólares da economia mundial ”. O Fortnite, desenvolvido pela Epic, evoluiu de um jogo multiplayer para uma plataforma de socialização, um hub de entretenimento. Uma das iniciativas que sinaliza esse processo foi o show de Ariana Grande (agosto de 2021), que também gerou a venda de itens virtuais no pós-turnê.
Desejo de consumo
O apelo pelo consumo de elementos virtuais vai além do Fortnite ou dos shows de artistas famosos e grandes empresas estão de olho nessa mina de “criptomoedas”. Marcas de luxo, a exemplo da Gucci e da Burberry já estrearam no metaverso, explorando as “skins” – roupas ou “conchas” utilizadas para personalizar o avatar.
As grifes investem em “espaços” próprios – como já fizeram a Nike e a Ralph Lauren, no ambiente Roblox, onde os usuários podem comprar criptoativos e praticar esportes -, mas também estão em “lojas de departamento” como The Dematerialised, uma startup britânica que comercializa artigos de luxo – já imaginou ter a bolsa Birkin, da Hermès para o seu eu-virtual? – em versões digitais.
No site base da startup também é possível fazer compras, como em um e-commerce comum. Por exemplo, um boneco virtual do estilista Karl Lagerfeld em um traje azul royal, assinado pelo artista Endless, tinha sete “unidades” disponíveis a um custo de 777 euros (mais de R$ 4 mil). O KL7xENDLESS vinha com um convite exclusivo para um evento físico e real com o artista, em junho passado, na sede da marca que leva o nome de Karl, em Paris.
Nesse contexto, itens de luxo virtuais são lançados em séries limitadas e com uma certificação de propriedade NFT (token não-fungível) do arquivo digital. A expectativa é que, no metaverso, as versões “pixeladas” de roupas, acessórios e afins possam transitar entre plataformas - a exemplo dos jogos Minecraft, da Microsoft, e Fortnite, da Epic Games – e criem um mercado criativo amplo, que também poderá resgatar coleções históricas e ícones de venda do passado.
Grifes e mais
Mas nem só de grandes nomes do mundo fashion vive os negócios no metaverso. O ambiente, aliás, vem expandindo as possibilidades para áreas diversas de imobiliárias a marcas de cerveja, passando por bancos e financeiras. O Itaú lançou, em fevereiro deste ano, seu primeiro produto focado no metaverso.
O Certificado de Operações Estruturadas (COE) Autocall Metaverso está atrelado a quatro companhias listadas no mercado de ações Nasdaq: Intel; Meta (ex-Facebook); Roblox e Matterport (digitalização espacial e design 3D). As aplicações estão disponíveis para pessoas físicas e empresas à partir de R$ 5 mil e vencimento em até cinco anos, com resgates semestrais, condicionados à manutenção de alta das ações em relação ao preço inicial. Investimento “virtual” com ganhos reais.
Para saber mais sobre como aproveitar as chances profissionais e de negócios que o metaverso vai proporcionar nos próximos anos, a EXAME apresenta de 15 a 23 de agosto o curso “Explorando o Metaverso”, 100% online . O VP da EXAME Academy, Rodrigo de Godoy, vai te guiar por esse mundo e apresentar ferramentas dessa nova tecnologia. Rodrigo é bacharel em História, com Master em Comunicação e Certificação em Interação Homem-Computador pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).