Negócios

GM retoma a liderança mundial do mercado, mesmo com lucro da Toyota

Balanço trimestral da montadora japonesa ficou pouco abaixo da concorrente americana, em número de unidades vendidas, e acirrou a disputa pelo topo do ranking

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A disputa que as duas maiores montadoras do mundo, a japonesa Toyota e a americana General Motors (GM), vêm travando nos últimos meses pela liderança do mercado global ganhou contornos mais emocionantes nesta segunda-feira (22/10), com o anúncio dos resultados trimestrais da Toyota. Entre julho e setembro, a companhia vendeu 2,34 milhões de carros, número 4% maior que o do mesmo período do ano anterior, mas pouco inferior ao da GM, que vendeu 2,38 milhões de unidades, segundo o periódico nova-iorquino Wall Street Journal (WSJ).

O resultado recoloca a GM no topo do ranking, seis meses depois de ela ter perdido para a Toyota pela primeira vez, em números trimetrais de vendas. A americana passou à frente também quando se leva em conta os resultados dos nove primeiros meses do ano, com 7,06 milhões de carros vendidos, contra 7,05 milhões da japonesa.

A alternância de posições entre ambas começou em março deste ano, quando a Toyota alcançou a marca de 2,34 milhões de unidades entregues ao consumidor no primeiro trimestre, contra 2,26 milhões da GM. A perda da "pole position", inédita em 76 anos, atingiu a montadora americana num momento delicado, de redução de custos e enxugamento de postos de trabalho. Dentro do próprio país-sede, a montadora vem registrando resultados decrescentes e viu-se obrigada a enfrentar, em setembro, a primeira paralisação de funcionários desde 1998, após uma queda de braço com o sindicato dos empregados do setor, o United Auto Workers (UAW).

No balanço trimestral da GM, divulgado na semana passada, a companhia revela que só se salvou do prejuízo por causa do desempenho em mercados emergentes, como o brasileiro. No grupo formado por América Latina, África e Oriente Médio, o crescimento das vendas foi de 21,7% em relação a 2006, enquanto nos EUA, as vendas recuaram 6,2%.

O avanço da GM fora do mercado americano reflete uma reviravolta nos resultados da empresa, afundada em balanços negativos durante boa parte de 2006 - no segundo trimestre do ano passado, por exemplo, a montadora chegou a registrar perda de 3,4 bilhões de dólares. Mesmo no Brasil, país que em 2007 tem puxado a recuperação das subsidiárias latino-americanas e influenciado positivamente na trajetória da empresa, a série de cinco anos de prejuízos só foi interrompida no ano passado, o que mostra como a empresa conseguiu avançar aceleradamente desde então (veja matéria de EXAME sobre a trajetória da empresa no Brasil ).

Na Toyota, porém, os gráficos de vendas têm se mostrado mais constantemente positivos e é justamente nos mercados fora do Japão que a montadora tem ancorado seu fortalecimento. A lucratividade da Toyota também se mostra muito maior do que a da GM. Segundo estudo ao qual o WSJ teve acesso, a GM lucra 2,3 mil dólares a menos do que a concorrente japonesa, para cada unidade vendida na América do Norte.

Outro destaque da Toyota, na briga com a GM, é o otimismo da própria companhia nas vendas para 2009. A montadora japonesa estabeleceu uma meta recorde de 10,4 milhões de veículos, acima do maior índice já registrado pela concorrente, de 9,55 milhões, em 1978.

Por fim, a empresa deve contar com uma vantagem de longo prazo relacionada ao petróleo, segundo analistas ouvidos pelo WSJ. Por fabricar carros mais econômicos, em termos de consumo de combustível, a japonesa tende a ganhar a simpatia do consumidor na mesma proporção em que subir o preço da commodity.

 

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

ApexBrasil e EXAME lançam o prêmio Melhores dos Negócios Internacionais 2024. Inscreva-se

Como a chef carioca Alessandra Montagne despontou na terra de Alain Ducasse

'Fabricado em Cantão': marcas chinesas garantem espaço nos Jogos Olímpicos de Paris

Uber expande frota com 100 mil carros elétricos da BYD na América Latina e Europa

Mais na Exame