A Parmalat não pretende encerrar suas operações no Brasil, mesmo estando o país fora das prioridades da matriz italiana. A afirmação consta de comunicado da Integra Associados, que administra os negócios do grupo italiano no Brasil. Conforme a nota, "embora a empresa no Brasil não figurasse como prioridade no plano industrial de reestruturação e equacionamento com os credores da matriz italiana, isso não significa descontinuidade das operações no país".

O comunicado tenta suavizar o impacto do plano final de reestruturação mundial do grupo, apresentado ao ministro da Indústria da Itália, Antonio Marzano, pelo atual gestor da Parmalat, Enrico Bondi. Na versão final, a reorganização da companhia passa pela paralisação dos negócios na América Latina e Ásia e pela concentração das atividades na América do Norte e Europa. Algumas operações, como a chilena e a argentina, já teriam sido, inclusive, postas à venda.

Segundo a Integra Associados, a Parmalat do Brasil está "em franco processo de revitalização" e suas nove unidades fabris estão em atividade. Nos próximos dias, a subsidiária brasileira apresentará os documentos para seu pedido de concordata à 29ª Vara Cível de São Paulo. Também pretende esboçar algum acordo com os bancos credores. A previsão de faturamento líquido da empresa, no país, é de 1,2 bilhão de reais em 2005.

A nota, contudo, oferece pistas sobre como o grupo italiano continuaria atuando no país. Caso a concordata seja decretada e os credores concordem com os termos do acordo, a Parmalat estaria disposta a manter contratos de cooperação industrial que permitam o uso de suas marcas (Parmalat, Santal e outras), a utilização de patentes e know how industrial e de produtos.

A Integra Associados foi indicada pelo administrador extraodinário da Parmalat Spa, Enrico Bondi. Nelson Bastos, um sócios da Integra, é o atual presidente da Parmalat no Brasil.