Forte concorrência leva Cielo a uma queda de 22% em seu lucro no 3º tri
Lucro líquido da companhia de julho a setembro somou R$ 793,2 milhões, uma queda de 22% ante mesmo período de 2017
Reuters
Publicado em 30 de outubro de 2018 às 19h11.
Última atualização em 30 de outubro de 2018 às 19h26.
São Paulo - A Cielo teve nova rodada de resultados cadentes no terceiro trimestre, uma vez que a crescente competição voltou a pressionar as receitas e as despesas da maior empresa de meios de pagamentos eletrônicos do país.
A empresa anunciou nesta terça-feira, 30, que seu lucro líquido de julho a setembro somou 793,2 milhões de reais, uma queda de 22 por cento ante mesma etapa de 2017. No critério ajustado, o lucro caiu 20,1 por cento ano a ano, para 812,8 milhões. A previsão média de analistas era de lucro de 891,9 milhões
Embora a receita líquida tenha crescido 1,1 por cento no comparativo anual, a 2,96 bilhões de reais, o forte aumento de despesas com vendas e marketing erodiu as margens. O resultado operacional da Cielo, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de 1,15 bilhão de reais, caiu 11,2 por cento ano a ano, e veio também abaixo da previsão de analistas, de 1,32 bilhão.A margem Ebitda caiu 5,4 pontos percentuais, a 38,9 por cento.
O número de pontos de vendas clientes da Cielo, de 1,1 milhão, ficou estável pela medição sequencial pela primeira vez em cerca de três anos, graças à expansão da marca Stelo, voltada para pequenos negócios. Ano a ano, porém, houve queda de 200 mil clientes. Já a base de terminais subiu 3,3 por cento sobre o trimestre anterior, embora tenha caído 3,2 por cento ano a ano, para 1,659 milhão de equipamentos.
Umas das linhas mais pressionadas do negócio foi a aquisição de recebíveis, na qual a credenciadora ganha juros ao antecipar aos comerciantes valores das compras pagas com cartões de crédito e de débito. A compra de recebíveis no trimestre foi de 351,7 milhões de reais, um recuo de 38,8 por cento ante igual intervalo de 2017.
Além disso, a empresa alegou "menor receita de aluguel e o menor preço praticado como reflexo de um cenário mais competitivo".
Com isso, o yield de receita líquida, uma métrica de rentabilidade da companhia, caiu a 1,01 por cento, o piso em pelo menos 3 anos. Esse movimento se dá na esteira da entrada agressiva de concorrentes como PagSeguro e Stone, que estrearam na bolsa neste ano e que têm praticado isenção de aluguel de terminais e cobrado tarifas menores por transação.
Os esforços da Cielo para reagir à maior concorrência fizeram seus gastos totais também subirem 9,3 por cento no trimestre, contra mesma etapa de 2017, para 2,04 bilhões de reais, avanço impulsionado por maiores desembolsos com marketing e pessoal, entre outros.
A companhia, cujos principais executivos detalham os resultados em teleconferência com analistas na quarta-feira, será liderada a partir do 5 por Paulo Caffarelli, ex-presidente-executivo do Banco do Brasil.