Fornecedores redirecionam leite da Parmalat para Nestlé e Danone

Das cinco cooperativas de leite que ainda não foram pagas pela Parmalat, pelo menos três suspenderam o fornecimento do produto à empresa. De acordo com Rodolfo Tavares, presidente da Federação de Agricultura do Rio de Janeiro, as cooperativas fluminenses redirecionaram a produção para a Nestlé (unidade de Teófilo Othoni, em Minas Gerais) e para a Danone (em Guaratinguetá, São Paulo) nesta quarta-feira (20/1).

No total, as cinco cooperativas têm a receber 1,844 milhão de reais da Parmalat que está tentando, desde ontem, desbloquear cerca de sete milhões de reais de uma conta no Banco do Brasil. Mesmo com uma liminar judicial, não recebida pelo BB, a empresa italiana não conseguiu a liberação. "Não vendemos leite para o Banco do Brasil, diz Tavares. Esse triângulo amoroso não nos interessa, o que queremos é receber pelo fornecimento."

Tavares lembra que, além de não receberem o dinheiro, os produtores têm de arcar com o aumento do custo da logística de entrega do produto. As unidades da Nestlé e da Danone que receberão o leite ficam a pelo menos 600 quilômetros mais distantes do que a unidade da Parmalat. Além disso, a venda para fora do Rio de Janeiro representa uma operação interestadual, que inclui cobrança de 12% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Unibanco
O Unibanco afirmou nesta quarta-feira que a exposição da instituição na Parmalat soma cerca de 20 milhões de reais.

Esse valor, segundo nota divulgada para a imprensa, está integralmente provisionado. O Unibanco acrescenta ainda que é um dos menores credores da Parmalat no Brasil.