Amazon: o setor corporativo dos EUA está prestando atenção (Matthew Lloyd/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2017 às 18h13.
Nova York - O que tira o sono dos líderes empresariais dos EUA?
Não é o caos em Washington nem o aumento da remuneração dos trabalhadores. É o que a Amazon.com está, ou poderia estar, fazendo com seus modelos de negócios, de acordo com uma análise realizada pela Bloomberg de transcrições de apresentações de resultados.
A gigante on-line em expansão que arrasava na categoria de varejo se transformou em uma empresa muito mais abrangente que agora compete em tudo, de mercados sofisticados a desenvolvedores de tecnologia.
E o setor corporativo dos EUA está prestando atenção — e ficando cada vez mais preocupado com a concorrência.
Uma tendência surge ao analisar as apresentações de resultados e outros eventos corporativos, como dias de investidores, dos últimos 90 dias: a Amazon é frequentemente citada.
A empresa foi mencionada 635 vezes durante esse período, uma quantidade impressionante, ao passo que o presidente dos EUA, Donald Trump, foi citado apenas 162 vezes, e os salários foram discutidos 111 vezes, segundo dados das apresentações de resultados. Essa tendência se tornou ainda mais evidente nos últimos 30 dias, quando a Amazon recebeu 165 menções, em comparação com 32 para Trump e 22 para os salários.
A tendência se mantém nos últimos 12 meses, que abrange o período em que Trump conquistou uma vitória surpreendente nas urnas. Mesmo assim, a Amazon foi mencionada 1.800 vezes nas apresentações de resultados realizadas nesse período, em comparação com 1.000 vezes para Trump e 406 vezes para os salários.
Um representante da Amazon não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail.
A Amazon costuma aparecer em discussões sobre os esforços para se expandir a novas linhas de negócios no panorama de constante mudança do varejo. Por exemplo, na apresentação dos resultados do segundo trimestre do McDonald’s, realizada neste mês, o CEO Steve Easterbrook mencionou a venda da rede de mercados de luxo Whole Foods Market à Amazon como um exemplo da transformação do setor de alimentos.
"Isso só demonstra o quanto o mundo dos negócios está se transformando e a rapidez com que ele muda", disse ele.
Os executivos também não demoram para apontar as parcerias que têm com a Amazon. Mark Parker, CEO da Nike, destacou o programa-piloto de registro de marca da fabricante de calçados com a varejista em sua apresentação de resultados em junho.
"Como fazemos com todos os nossos parceiros", disse ele, "estamos procurando maneiras de melhorar a experiência do consumidor da Nike na Amazon, elevando a forma como a marca é apresentada e aumentando a qualidade da narrativa de produtos."