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Espanha investiga HSBC por lavagem de dinheiro envolvendo bancos

Banco britânico também é investigado por sua colaboração na saída e repatriação de recursos procedentes das entidades Santander e BNP Paribas

HSBC: banco é investigado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha (Shannon Stapleton/Reuters)
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EFE

Publicado em 4 de maio de 2017 às 12h47.

Madri - Um juiz da Audiência Nacional da Espanha está investigando os executivos que fizeram parte da cúpula da sucursal suíça do banco britânico HSBC entre 2006 e 2007 pelo suposto crime de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, bem como por sua colaboração na saída e repatriação de recursos procedentes das entidades Santander e BNP Paribas.

O juiz José de la Mata citou na quarta-feira como investigados sete diretores do banco espanhol Santander e três do francês BNP Paribas no caso sobre o suposto crime de lavagem de dinheiro na filial suíça do HSBC, uma ação que atinge as entidades financeiras envolvidas na investigação sobre a lista Falciani, uma relação que contém os nomes de potenciais sonegadores fiscais com contas não declaradas na sucursal de Genebra do banco britânico.

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Hoje, o juiz indiciou o presidente do Conselho de Administração do HSBC entre 2006 e 2007, Peter Widmer, os conselheiros-delegados nesse período, Christopher Meares e Clive Bannister, e outros quatro diretores.

Através de uma comissão rogatória na Suíça, o juiz tentará esclarecer se, com esta operação, o Santander e o BNP ocultaram do Fisco espanhol e do órgão supervisor os movimentos de capitais, tudo isso com a colaboração do HSBC.

O HSBC, segundo os relatórios periciais aos quais o juiz se refere em seus autos, está preparado "para a ocultação de patrimônio e de dados sensíveis de seus clientes, já que, entre as ofertas de serviços, figuram a criação de sociedades de fachada proporcionadas ativamente por seus gerentes".

O juiz detalhou que não está comprovado se a filial na Espanha do HSBC teve participação nesses movimentos, razão pela qual decidiu investigar a cúpula da entidade na Suíça.

Os autos estão datados de 18 de janeiro e são anteriores aos que ficaram conhecidos ontem, nos quais o magistrado citou como investigados sete diretores do Santander e três do BNP Paribas por lavagem de dinheiro.

Através de uma conta denominada Nostro, foram realizados vários pagamentos que permitiram repatriar recursos da Suíça para a Espanha, bem como a saída de capitais da Espanha para a Suíça, tudo através de contas secretas que "impedem sua identificação". Assim, não é possível saber quem são os beneficiários nem os emissores das transferências.

Entre as operações detectadas está uma de 27 de setembro de 2005, na qual um cliente do HSBC vendeu 1,04 milhões de ações da Bankinter. O vendedor era North Star Overseas, uma sociedade panamenha da qual era titular Emilio Botín, o falecido presidente do Santander.

A maioria das entradas e saídas de capital, de acordo com os autos, foram realizadas através de transferências ordenadas pelos clientes e não em dinheiro e, inclusive, em alguns casos "o gerente advertiu ao cliente sobre os riscos de cruzar a fronteira com importantes somas em dinheiro".

Essas transferências, segundo os relatórios dos peritos, têm "indícios de lavagem de capitais" e tudo isso teria sido articulado através de "gerentes e intermediários financeiros" conforme ficou evidente na documentação obtida em junho de 2016 nas sedes do Santander e do BNP Paribas na Espanha.

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